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Promotoria diz que já ouviu mais de 200 pessoas no caso Marielle Franco

Ministério Público diz que tem usado diversas medidas cautelares autorizadas pela Justiça, buscas e apreensões, perícias técnicas e acareações na tentativa de esclarecer o crime

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Por Caio Sartori
Atualização:

A um dia do aniversário de dois anos da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o Ministério Público do Rio, a quem cabem as investigações do crime, afirmou que mais de 200 pessoas foram ouvidas desde então.

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Em comunicado enviado à imprensa, os investigadores do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO) dizem que buscam os mandantes do crime com responsabilidade, seriedade e "checagens rigorosas de todas as informações obtidas que devem ser provadas tecnicamente."

Investigadores do GAECO e o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, reuniram-se nesta sexta-feira com a família da vereadora e a viúva do motorista. Os parentes dela, inclusive, darão uma entrevista coletiva amanhã de manhã para falar sobre os dois anos sem a vereadora, morta no dia 14 de março de 2018 no Estácio, região central do Rio.

Pintura de Marielle Franco é exposta no bairro do Estácio, região central do Rio, local do assassinato. Foto: Wilton Júnior / Estadão

Na nota enviada nesta tarde, a Promotoria aponta que, além das oitivas das mais de 200 testemunhas, tem usado diversas medidas cautelares autorizadas pela Justiça, buscas e apreensões, perícias técnicas e acareações na tentativa de descobrir quem mandou matar Marielle e Anderson.

Essa é a principal pergunta a ser respondida, já que os dois supostos executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, foram presos há 1 ano. Eles devem ir a júri popular ainda em 2020.

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Um ponto interessante da nota divulgada pelo MP mostra que há sete investigações paralelas à principal sobre o crime. Entre elas estão as duas fases da operação Os Intocáveis, que tem como foco o grupo miliciano Escritório do Crime. O chefe do grupo seria Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, morto no dia 9 de fevereiro deste ano após passar mais de um ano foragido da Justiça do Rio.

Adriano era ligado à família Bolsonaro e teve a mãe e a ex-mulher empregadas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo o MP, ele se beneficiava do suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do parlamentar.

"O MPRJ esclarece que mantém comunicação com os familiares das vítimas sobre os avanços e desdobramentos do caso e está aberto para prestar as informações necessárias, respeitado o sigilo das investigações", continua o comunicado. "A instituição tem consciência da responsabilidade que o caso exige e compromete-se a atuar, de forma incansável, na busca das respostas concretas que a sociedade tanto anseia."

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