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Promotoria acusa ex-prefeito de Ferraz por desvios na compra de 6,3 milhões de pãezinhos em 17 meses

Acir Filó, que já está preso, é acusado de, em 2014, adquirir alimento suficiente para abastecer escolas e creches do município da região Leste da Grande São Paulo por seis anos

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Luiz Vassallo
Atualização:

Reprodução  

Preso preventivamente, o ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos Acir Filó é alvo de mais uma ação penal, desta vez, envolvendo supostos desvios milionários na compra de milhões de pãezinhos para a merenda escolar do município situado na região Leste da Grande São Paulo. Segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público em Guarulhos, em 2014, foram adquiridas 6,3 milhões de unidades do alimento em 17 meses, o bastante para abastecer escolas e creches por seis anos.

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DENÚNCIA

O Ministério Público Estadual ainda aponta que os valores desviados chegaram às contas de pessoas próximas a um ex-secretário municipal que também é condenado por lavar dinheiro a lideranças do PCC,a facção criminosa que domina presídios paulistas e em outras regiões do país.

De acordo com o Centro de Apoio à Execução, órgão de perícia do Ministério Público, 'a Administração Pública pagou, nesta licitação, um preço até 37% superior pelo pão francês'.

"Quanto ao preço do pão de cachorro-quente o superfaturamento chegou a 100%!", informa o laudo da Promotoria.

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"Ainda que se considerasse o fornecimento de pães para todos os alunos matriculados na rede municipal de ensino, além de todos os alunos da rede estadual no ano de 201541, foram comprados pães suficientes para 435 dias letivos, ou seja, 2 anos letivos", crava o Ministério Público.

Segundo os promotores, 'durante a vigência deste contrato e do convênio, se a Prefeitura tivesse adquirido apenas a quantidade indicada pela Secretaria de Educação e pago o valor de mercado pelos produtos teria gasto R$ 2.896.083,62 a menos do que gastou'.

Lavagem

De acordo com a denúncia, o ex-secretário Ronaldo Julio de Oliveira, o 'Ronaldo Porco', teria indicado três contas bancárias que abrigariam o dinheiro desviado da merenda.

"Em clara conduta para ocultar a origem e a propriedade do dinheiro, como se pode observar na tabela abaixo, nos dias 07/05/13, 23/05/13, 06/06/13, 27/06/13, 10/07/13 e 06/08/13, foram realizadas dezoito (18) transferências bancárias, de forma fracionada, para as três empresas do mesmo grupo familiar, evitando, assim, a fiscalização do COAF".

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Segundo a Promotoria, 'em transação bancária subsequente, o dinheiro ilícito depositado nessas contas bancárias era transferido para pessoas ligadas ao acusado Ronaldo Porco, sua esposa Ana Maria Sales Oliveira e seu amigo Edmilson Loureiro, ou ainda era sacado em dinheiro'.

"Ana Maria, esposa de Ronaldo Porco, recebeu três transferências bancárias das empresas WMS Automóveis EPP e Washington Luiz Soares, totalizando R$ 24.000,00 reais. Edmilson, amigo e funcionário de Ronaldo Porco, que estava gerenciando a padaria por ele montada, por sua vez, recebeu R$ 89.903,00 (oitenta e nove mil, novecentos e três reais) por intermédio da conta bancária da empresa Auto Posto Santo Agostinho Ltda, empresa cuja sócia proprietária é sua esposa Fabiana de Paule Lemes", aponta o Ministério Público.

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