Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais
Promotor diz que escudo baleado da polícia é indício de resistência do capitão Adriano
Dário Kist, do Ministério Público da Bahia, afirmou nesta quarta, 12, que investigação foi aberta para apurar as circunstâncias da morte do ex-PM investigado por rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro; ele ressalta que aguarda perícia para concluir se houve resistência
Por Luiz Vassallo/SÃO PAULO
Atualização:
O promotor de Justiça Dário Kist afirmou, nesta quarta-feira, 12, que uma investigação foi aberta para apurar as circunstâncias da morte do capitão Adriano, investigado por suposta 'rachadinha' no gabinete de Flávio Bolsonaro à época em que o filho do presidente Jair Bolsonaro ocupava cargo na Assembleia Legislativa do Rio.
PUBLICIDADE
O senador Flávio Bolsonaro chegou a alertar, nesta quarta, 12, que chegou ao seu conhecimento a denúncia de que estariam acelerando o crematório do capitão Adriano para apagar indícios de que ele foi executado.
"DENÚNCIA! Acaba de chegar a meu conhecimento que há pessoas acelerando a cremação de Adriano da Nóbrega para sumir com as evidências de que ele foi brutalmente assassinado na Bahia. Rogo às autoridades competentes que impeçam isso e elucidem o que de fato houve", disse o senador, em seu Twitter.
Em entrevista coletiva à imprensa nesta quarta, 12, o promotor de Justiça Dário Kist declarou: "Existem indícios [de resistência]. O Ministério Público entende que houve resistência porque o escudo que a polícia utilizava foi alvejado. Isso reflete, em linha de tese, indícios de que houve resistência", diz.
Publicidade
"A informação que nós temos e trabalhamos é de que ele esteve no terreno, e não há nada que indique que não houve resistência. Os indícios são nesse sentido. Ao ser abordado, anunciado o mandado de prisão, resistiu", relatou.
Questionado sobre se a Promotoria tem certeza de que a narrativa da polícia é verídica, o promotor preferiu não cravar uma conclusão sobre a morte do ex-PM.
"É uma situação que não podemos responder nesse momento. No laudo que será publicado, irá esclarecer. Foi feita uma perícia. Na sequência dos episódios, tão logo ocorreram, os peritos estiveram no local e no dia", ressalta. "Eu não posso afiançar nem que sim, nem que não".
Segundo o promotor, os policiais que participaram da ação prestaram depoimento em que afirmam que Adriano Magalhães de Nóbrega reagiu a tiros ao anúncio do mandado de prisão.
Adriano Magalhães da Nóbrega, o 'capitão Adriano', era um dos alvos da investigação sobre suposta 'rachadinha' no gabinete de do senador Flávio Bolsonaro, à época em que o filho do presidente Jair Bolsonaro esteve na Assembleia Legislativa do Rio.
Além de ter sido indicado pelo '03' à mais alta honraria do Rio, a Medalha Tiradentes, ele manteve no gabinete do parlamentar sua mulher e sua mãe, que chegaram a ter o sigilo quebrado no inquérito do caso Queiroz. Suspeito de chefiar o 'escritório do crime', milícia suspeita de participar do assassinato de Marielle Franco, ele não resistiu após suposta troca de tiros em uma operação policial para capturá-lo.