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'Prometeu, prometeu e nunca fez nada por nós', queixa-se executivo da JBS sobre Aécio

Ricardo Saud, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, relata que grupo pagou R$ 80 milhões para a campanha do tucano à Presidência, em 2014

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Foto do author Beatriz Bulla
Por Rodolfo Mondoni , Beatriz Bulla , Fabio Fabrini e Fabio Serapião
Atualização:

Aécio Neves. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou, no dia 5 de maio, que o dono da JBS, Joesley Batista, aceitou pagar R$ 2 milhões ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), para que ele pudesse resolver suas pendências financeiras com dois advogados, Alberto Toron e Sânzio Nogueira.

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"Entregamos R$ 500 mil em dinheiro vivo, notas de R$ 100", detalhou sobre o pagamento da primeira de quatro parcelas, em depoimentos à Procuradoria-Geral da República.

O dinheiro foi entregue ao primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, depois que Aécio se recusou a participar da transação, realizada no escritório da JBS, em São Paulo. "Ele pegou o dinheiro, colocou na mochila, pegou um táxi e voltou para Belo Horizonte", relatou Saud que entregou pessoalmente o valor, que seria entregue ao advogado Sânzio Nogueira.

O diretor da JBS afirmou que o primo de Aécio foi até São Paulo de avião e voltou para a capital mineira de táxi, com um motorista que trabalha com ele há mais de 20 anos. "Trabalha para levar dinheiro?", perguntou o procurador. "Eu não posso dizer que é para levar dinheiro, mas pelo que eu entendi, sim", respondeu.

De acordo com o depoimento, o grupo JBS pagou R$ 80 milhões para a campanha do então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, em 2014. Mas o senador 'continuou pedindo mais', acreditando que a empresa ainda tinha compromisso com ele. "Ele nunca fez nada por nós na verdade. Prometeu, prometeu e nunca fez nada".

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