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Procuradoria quer analisar se é competência federal ou estadual o caso dos incêndios e dos brigadistas em Alter do Chão

Ministério Público Federal enviou manifestação nesta quinta, 28, à 1ª Vara Criminal de Santarém pedindo vistas do processo para evitar 'nulidades', uma vez que a Polícia Federal conduz inquérito com o mesmo objeto que o da Polícia Civil do Pará sobre incêndios florestais no local

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Área devastada por incêndio em Alter do Chão, no município de Santarém, no Pará. Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Ministério Público Federal no Pará, enviou manifestação nesta quinta, 28, à 1ª Vara Criminal de Santarém, pedindo vistas do processo que determinou a prisão de quatro brigadistas investigados por incêndios florestais em Alter do Chão. O Ministério Público Federal quer analisar se há competência federal ou estadual no caso, para evitar 'nulidades' uma vez que há duplicidade de investigações.

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Nesta semana, agentes prenderam quatro funcionários da ONG Brigada de Alter do Chão e cumpriram mandados de busca e apreensão na sede do Projeto Saúde e Alegria.

A manifestação

No documento, a Procuradoria explica que existe um inquérito na Polícia Federal com o mesmo objeto ao do inquérito instaurado pela Polícia Civil: apurar incêndios florestais ocorridos em setembro na Área de Proteção Ambiental de Alter do Chão.

O órgão sinaliza que nas investigações federais ainda não se trabalha com suspeitos. A Políai Federal está trabalhando em laudos técnicos para esclarecer de forma definitiva a origem dos incêndios.

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No texto, o MPF sinaliza ainda que, até o momento, as investigações federais se concentram em esclarecer se a origem dos incêndios é a área localmente conhecida como Capadócia, 'em grande parte sobreposta à Gleba Federal Arrecadada Mojuí dos Campos I e, uma porção menor, ao Projeto Agroextrativista do Eixo Forte (assentamento federal administrado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)'.

O entendimento da Procuradoria é o de que, se confirmado que as queimadas ocorreram em terras públicas federais, a atribuição para investigar não é da Polícia Civil.

Segundo o MPF, os ataques de grileiros sobre a área são investigados pelo órgão desde 2015 e já há dois processos judiciais sobre grilagem e danos ambientais na APA Alter do Chão tramitando na Justiça Federal de Santarém.

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