A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, nesta quarta-feira (31), ao Supremo Tribunal Federal (STF) a instauração de novo inquérito contra o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab (PSD). O pedido é feito com base nas delações de executivos da J&F, controladora da JBS. Quem decidirá sobre a solicitação é o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo.
No pedido, a PGR cita que Wesley Batista delatou supostos pagamentos mensais de propina, em torno de R$ 350 mil em favor de Kassab, através da empresa Yape Consultoria e Debates, supostamente sem nenhuma contrapartida, desde o ano de 2009.
Já Ricardo Saud elucidou que, nas eleições de 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) comprou o apoio político de Kassab e do PSD, indicando o Grupo J&F para fazer os pagamentos, que teriam ocorrido por meio de doações oficiais, através de notas fiscais avulsas, além do pagamento de R$ 5 milhões e quinhentos em 22 parcelas de R$ 250 mil, mediante pagamento de notas fiscais frias à Yape, diz a PGR.
"Vale observar que Wesley Batista menciona possuir os documentos referentes à contratação da empresa YAPE CONSULTORIA E DEBATES LTDA. e respectivos pagamentos", destaca a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
A PGR ainda pede para que Wesley e Saud prestem esclarecimentos, para o detalhamento dos fatos narrados "e para que sejam instados a apresentar toda a documentação comprobatória de suas alegações ou indicar os meios de corroboração de suas assertivas".
COM A PALAVRA, KASSAB
A assessoria de imprensa do ministro enviou posicionamento nesta sexta-feira, 2.
"O ministro reafirma a lisura de seus atos, pautados no cumprimento da legislação, e ressalta sua confiança na Justiça".