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Procuradoria pede análise das caixas 'praia' e 'sítio' com presentes de Lula

Parte do acervo presidencial do petista, que ele próprio chama de 'tralhas', está armazenada no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e poderá ser submetida a uma perícia da Lava Jato

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

A força-tarefa da Operação Lava Jato pediu ao juiz federal Sérgio Moro que determine uma análise do conteúdo das caixas 'praia' e 'sítio'. Elas estão guardadas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e contêm parte do acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010).

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O LAUDO DA PF

Uma outra parte dos bens que o petista chama de 'tralhas' e alega ter recebido de presente quando exerceu seus dois mandatos está acondicionada em um cofre no Banco do Brasil, no Centro velho de São Paulo.

'Praia' e 'sítio' seriam referências ao tríplex do Guarujá e ao Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, segundo os investigadores da Lava Jato. Os dois imóveis são alvo de investigação sobre o ex-presidente.

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 Foto: Estadão

Lula é acusado corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e propinas na Petrobrás. Denúncia do Ministério Público Federal sustenta que ele recebeu R$ 3,7 milhões em propinas - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção na estatal petrolífera - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.

 

As acusações contra Lula são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da OAS por meio de um triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.

O petista também é investigado pela suposta propriedade do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Os investigadores suspeitam que o petista é o verdadeiro dono da propriedade rural que recebeu benfeitorias patrocinadas por empreiteiras, entre elas a OAS e a Odebrecht, e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente que foi preso no dia 24 de novembro na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato.

Em ofício a Moro, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC pediu que 'o depósito onde estão armazenados os bens do acervo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anteriormente armazenados na Granero Transportes' fosse liberado. O sindicato informou que o local está lacrado.

A PF afirmou em laudo anexado à Lava Jato que o depósito 'não possui condições de segurança que permitam que seja lacrado, haja vista que o local é compartilhado com outras utilizações'.

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Com base no laudo da Federal, a Procuradoria da República pediu 'a intimação do solicitante (Sindicato dos Metalúrigicos do ABC) para que informe se há separação física do local onde estão armazenados os bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (mediante comprovação fotográfica, inclusive), pugna seja determinada a preservação física das caixas, no estado em que se encontram, uma vez que se trata de elementos probatórios de crimes em apuração na ação penal'.

"Ao mesmo tempo, requer a intimação da autoridade policial subscritora do laudo para que informe se e em que termos foi realizada a lacração do depósito", diz o ofício da força-tarefa. "Considerando o constante da decisão prolatada, requer seja determinada a verificação e análise do conteúdo, ainda que por amostragem, das caixas em que estão grafadas as palavras 'Praia' e 'Sítio', tendo em vista possível interesse dos objetos para as investigações em curso."

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