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Procuradoria em Goiás manda Conselho Federal de Medicina apresentar dados que embasaram resolução mais restritiva sobre uso do canabidiol

Texto autoriza prescrição da substância apenas para crianças e adolescentes diagnosticados com epilepsias e refratários aos tratamentos convencionais

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Por Rayssa Motta
Atualização:

A Procuradoria da República em Goiás abriu uma investigação preliminar sobre a resolução publicada na semana passada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com novas diretrizes para prescrição do canabidiol (CBD), composto feito a partir da planta cannabis sativa (maconha).

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O texto restringe o uso da substância ao tratamento de epilepsias em crianças e adolescentes refratários aos medicamentos convencionais na Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose Tuberosa.

A resolução também proíbe os médicos de prescreverem o canabidiol para outras doenças, exceto se o tratamento fizer parte de estudos científicos.

As novas diretrizes substituíram uma resolução anterior, de 2014, que era mais genérica.

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Resolução do CFM sobre prescrição de canabidiol é objeto de apuração preliminar na Procuradoria da República em Goiás. Foto: Anthony Bolante/Reuters

A primeira medida da Procuradoria em Goiás foi pedir informações do Conselho Federal de Medicina, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. O prazo para resposta é de 15 dias.

O CFM precisará apresentar "documentos que consubstanciem as evidências científicas que sustentam" a resolução.

O procedimento é assinado pelo procurador da República Ailton Benedito de Souza. Ele disse que a resolução pode ter repercussões administrativas, financeiras e técnicas no Sistema Único de Saúde (SUS).

"A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, as quais visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário aos serviços e ações para sua promoção, proteção e recuperação", diz um trecho da portaria que instaurou o procedimento.

COM A PALAVRA, O CFM

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"Informamos que o CFM decidiu abrir consulta pública para toda população. As contribuições poderão ser utilizadas em processo visando a atualização da Resolução CFM nº 2.324/22."

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