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Procuradoria do Trabalho notifica Pedro Guimarães sobre funcionários que 'pagaram' flexões em festa da Caixa

Ministério Público do Trabalho no DF recomenda ao presidente do banco que não submeta mais colaboradores a 'situações de constrangimento', como na última terça-feira, 14, em Atibaia, interior de São Paulo, onde bancários fizeram série de exercícios durante evento de metas e resultados 'Nação Caixa 2021'

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Por Pepita Ortega
Atualização:

 Foto: Reprodução/Sindicato dos Bancários do ABC

O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal notificou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre o episódio em que fez funcionários 'pagarem flexões' durante evento de fim de ano realizado em Atibaia na terça-feira, 14. A Procuradoria recomenda que o presidente do banco se abstenha de submeter os colaboradores a episódios de mesmo teor e outras 'situações de constrangimento no trabalho' sob pena de abertura de um procedimento investigatório e adoção de medidas para correção da conduta, sem embargo de responsabilizações civil, criminal e administrativa'.

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O documento é assinado pelo procurador Paulo Neto, titular do 14º Ofício, e datado desta quinta-feira, 16. Segundo a recomendação, a Procuradoria recebeu denúncia relatando que o presidente da Caixa 'imita o presidente Jair Bolsonaro' ao colocar funcionários para pagarem flexões.

A denúncia indicou que 'gestores denunciaram ainda que foram obrigados a fazer performances similares, numa demonstração feita para um militar que deu palestra para os participantes do encontro presencial'. Segundo a Procuradoria, tal indicação pode demonstrar 'reiteração da conduta'.

A recomendação tem como base referências e definições sobre assédio moral. O texto destaca que ele consiste em violência psicológica, tendo o 'condão de produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores'.

Além disso, o documento ressalta que, constituem assédio moral 'os atos e comunicações que traduzem um contínuo e ostensivo constrangimento à classe trabalhadora, passíveis de acarretar danos a ordem física, psíquica, moral e existencial ao trabalhador, em prejuízo de perspectivas profissionais ou da continuidade da relação de trabalho'.

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Paulo Neto também chama atenção para o fato de que o Tribunal Superior do Trabalho já reconheceu como 'abusiva e reprovável' a conduta do empregador de determinar que um funcionário faça flexões de braço.

Como mostrou o Estadão, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região considera que o episódio ocorrido em Atibaia pode configurar assédio moral e estuda entrar com ação judicial coletiva contra a direção da Caixa em razão do mesmo.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram funcionários fazendo os exercícios enquanto Guimarães faz a contagem regressiva ao microfone no palco. O evento, de nome 'Nação Caixa' contou com a presença de gerentes, superintendentes e funcionários de alto escalão da companhia. Na ocasião, houve ainda uma palestra do coronel da reserva e assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Adriano de Souza Azevedo.

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