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Procuradoria diz que Geddel quer 'atrasar' audiências na ação dos R$ 51 milhões

Raquel Dodge pede em manifestação ao Supremo que rejeite um recurso do ex-ministro, preso na Papuda, de onde deverá acompanhar depoimentos de testemunhas por vídeoconferência, de Brasília, Salvador e São Paulo

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Por Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo/ BRASÍLIA
Atualização:

Bunker dos R$ 51 milhões Foto: PF

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a rejeição de um recurso apresentado pela defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima, réu em ação penal pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso do bunker de R$ 51 milhões encontrado em Salvador.

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A defesa de Geddel questiona os procedimentos em torno da realização de depoimentos em São Paulo, Salvador e Brasília no âmbito da ação penal em curso no STF. Para os advogados do ex-ministro, a realização de audiências fora de Brasília - que seriam acompanhadas por Geddel por videoconferência, e não presencialmente - viola "seu direito de presença e exercício da autodefesa".

"A videoconferência e afins -- recursos de tecnologia que franqueiam contatos diretos e instantâneos -- são um fenômeno inevitável da vida moderna ao qual a administração pública e até o processo penal não puderam resistir", rebateu Raquel Dodge.

O relator do caso, ministro Edson Fachin, já havia decidido que Geddel poderia acompanhar as audiências por videoconferência, mas a defesa do ex-ministro entrou com recurso. Fachin marcou para os dias 30 de agosto e 3, 4, 10 e 11, 18 e 24 de setembro mais de 35 depoimentos, tanto de testemunhas de defesa quanto de acusação.

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"Aprofundando um pouco mais a discussão, pergunta-se qual o prejuízo à defesa de Geddel se ele acompanhar e participar ao vivo das audiências de oitiva das testemunhas pela videoconferência (...)? Nenhum. Ele terá contato prévio com sua defesa, poderá fazer intervenções e até questionamentos via sua defesa técnica -- tudo em tempo real, on line e sensível aos tempos de redução de gastos públicos'", escreveu Raquel Dodge.

A procuradora-geral da República ainda ressaltou que o Brasil elevou ao status constitucional "as garantias fundamentais do processo e dos meios que garantam a celeridade de sua tramitação".

A reportagem está tentando localizar a defesa de Geddel. O espaço está aberto para manifestação.

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