O Ministério Público do Estado atribui à prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera (PSD) o recebimento de 'vantagens' políticas e econômicas do esquema criminoso supostamente instalado na administração do município do interior paulista.
O esquema foi desmontado na Operação Sevandija, missão conjunta da Polícia Federal e da Promotoria contra fraudes de R$ 203 milhões em licitações da Prefeitura e da Câmara municipal - nove vereadores estão sob suspeita, inclusive o presidente da Casa, Walter Guedes (PTB).
Quando Sevandija foi deflagrada, a Procuradoria-Geral de Justiça requereu ao Tribunal de Justiça do Estado a prisão temporária de Dárcy. Segundo manifestação do subprocurador-geral de Justiça Nilo Spínola Salgado Filho, a prefeita ocupa 'posição de mando do governo de Ribeirão Preto e da própria associação criminosa'.
A manifestação de Nilo Spínola foi publicada no site A CidadeOn, de Ribeirão Preto.
A CidadeOn informou que ó subprocurador-geral de Justiça requereu a prisão temporária da prefeita no dia 24 de agosto.
O desembargador Marcos Correa, relator da Sevandija no Tribunal de Justiça, negou o pedido de prisão. Para Correa, não havia indícios de que, em liberdade, a prefeita poderia emperrar as investigações.
Mas, no dia 30 de agosto, ao autorizar busca e apreensão na residência e no gabinete da prefeita, o magistrado anotou existência de 'indícios do protagonismo de Dárcy no suposto esquema criminoso, o qual revela sofisticação e cuidadoso preparo'.
A força-tarefa da PF e do Ministério Público do Estado indica que o esquema criminoso se espalhou por setores da gestão Dárcy Vera.
Para o Ministério Público do Estado, a prisão temporária da prefeita se justificaria por ela manter 'plena capacidade de articulação para dificultar ou impedir a continuidade das investigações'.
Nilo Spínola, o subprocurador-geral de Justiça que subscreveu o pedido de prisão, afirma que Dárcy Vera está 'umbilicalmente ligada' à organização criminosa.
O subprocurador requereu, além da quebra do sigilo telefônico e dos emails de Dárcy, a instalação de GPS nos automóveis da prefeita para vigiar seus deslocamentos - esta parte do pedido também foi rejeitada pela Justiça.
Quando Sevandija foi deflagrada, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a administração municipal está colaborando com as investigações