Fausto Macedo, Ricardo Galhardo e Andreza Matais
18 de novembro de 2015 | 17h45
O ex-secretário estadual de Saúde Ricardo Murad prestou depoimento na Superintendência Regional da Polícia Federal em São Luís. Foto: Honório Moreira/O Imparcial
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) se manifestou favoravelmente ao pedido de prisão preventiva do ex-secretário de Saúde do Estado do Maranhão Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Para a Procuradoria da República, Murad ‘praticou atos de destruição e ocultação de provas e não é absurdo concluir que assim continuará se comportando se permanecer em liberdade’. O Ministério Público Federal concordou com pedido da Polícia Federal e também quer a decretação da prisão preventiva do ex-secretário.
Murad é alvo da Operação Sermão aos Peixes. Ele foi alvo de buscas nesta terça-feira, 17, em São Luís. Ele também foi conduzido coercitivamente à sede da PF para depor no inquérito que apura desvios de recursos do Fundo Nacional de Saúde.
O Ministério Público Federal destaca que na véspera do cumprimento do mandado de busca e apreensão, Ricardo Murad teria ‘incinerado documentos no fundo do quintal de sua residência, levado documentos de sua casa para a casa de sua irmã, e ainda teria removido, do aparelho de circuito de TV de sua casa o dispositivo onde são armazenadas as imagens registradas (HD), para impedir que a polícia captasse as cenas da retirada dos documentos e da incineração de papéis’.
Murad é alvo da Operação Sermão aos Peixes, deflagrada nesta terça-feira, 17. A PF calcula que cerca de R$ 1,2 bilhão podem ter sido desviados entre 2010 e 2013. A PF atribui a Murad o papel de ‘mentor e comandante de organização criminosa’.
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Os federais fizeram buscas na residência de Murad, onde recolheram 20 quadros e obras de arte. Também foi apreendido o veículo de luxo dele, uma Toyota SW 4.
Segundo o Ministério Público Federal, contra Ricardo Murad foi expedido mandado de busca e apreensão, ‘com o objetivo de colher provas de sua participação em uma organização criminosa instituída para desviar e posteriormente lavar recursos do Fundo Estadual de Saúde, composto também por recursos do Fundo Nacional de Saúde, mediante a celebração de Contratos de Gestão e Termos de Parceria com a Organização Social Instituto Cidadania e Natureza (ICN), e com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Bem Viver – Associação Tocantina para o Desenvolvimento da Saúde, cujo objetivo era administrar a prestação de serviços do Sistema Único de Saúde no âmbito do Estado do Maranhão.’
A defesa de Murad informou que só vai se manifestar quando tiver acesso à integra do inquérito da Operação Sermão aos Peixes.
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