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Procuradoria de Contas acusa Moro de 'imoralidade' por trabalho na quarentena e pede corte imediato de salário do ex-ministro

Sérgio Moro continuará recebendo R$31 mil mensais até outubro por ter sido temporariamente proibido de prestar serviços à iniciativa privada em razão do conhecimento sobre informações privilegiadas

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Por Patrik Camporez/Brasília e Rayssa Motta/São Paulo
Atualização:

O ex-juiz federal Sérgio Moro. Foto: Dida Sampaio / Estadão

A Procuradoria de Contas acionou o Tribunal de Contas da União pedindo a suspensão do pagamento de futuros salários ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

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Apesar de ter deixado o governo em abril, Moro continuará recebendo os R$31 mil mensais, pagos aos integrantes do primeiro escalão, até outubro. A remuneração a posteriori é determinada uma vez que membros da cúpula governista são proibidos de prestar serviços à iniciativa privada por um período de seis meses após sua demissão, exoneração ou aposentadoria em razão do seu conhecimento sobre informações privilegiadas.

O subprocurador-geral da República, Lucas Rocha Furtado, pede que a Secretaria do Tesouro Nacional suspenda os pagamentos diante dos 'indícios de descumprimento dos princípios da legalidade e da moralidade'. Isso porque Moro foi anunciado como colunista de revista Crusoé e chegou a colaborar com o jornal O GLOBO.

"Há sim irregularidade quando o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,  recebe recursos públicos para deixar de trabalhar  (prazo de seis meses da quarentena) quando, em verdade, está trabalhando. Acumulação essa que entendo ser indevida a ensejar possível dano ao erário", escreveu o sub-procurador.

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Apesar do pedido da procuradoria, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu, no início do mês, proibir o ex-ministro de advogar, mas autorizou aulas e artigos para a imprensa.

COM A PALAVRA, SÉRGIO MORO

"A Comissão de Ética Pública da Presidência da República, responsável pela definição das regras sobre a quarentena, autorizou o ex-ministro da justiça Sérgio Moro de publicar textos em colunas de veículos de comunicação, por se tratar do exercício da liberdade de expressão e por não gerar conflitos de interesse. Existe o impedimento, determinado pela referida Comissão, de atuar como advogado ou consultor no período de duração da quarentena".

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