Ricardo Brandt e Luiz Vassallo
18 de setembro de 2017 | 19h14
Operação Hammer-On
O Ministério Público Federal no Paraná ofereceu nesta segunda-feira, 18, quatro denúncias contra supostos núcleos de organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Hammer-On, deflagrada contra grupos de pessoas, na região de Foz do Iguaçu e Curitiba, que teriam se associado para disponibilizar contas e empresas de fachada para ocultar e enviar ao exterior dinheiro fruto de crimes. Os esquemas teriam movimentado R$ 2,5 bilhões.
Segundo a Procuradoria da República no Paraná, os recursos manejados foram transferidos entre as centenas de contas bancárias de maneira a despistar as transações e, ao mesmo tempo, concentrar o montante em um banco, dependendo da facilidade encontrada em cada agência bancária para posterior disponibilização dos valores.
O Ministério Público Federal sustenta que o dinheiro movimentado é oriundo de descaminho (importação de produtos permitidos com fraudes na arrecadação de impostos), contrabando e tráfico de drogas, sendo que as movimentações visavam a ocultar e dissimular sua origem ilícita para, ao final, remeter os valores ilegalmente ao exterior.
Além de casas de câmbio situadas em Foz do Iguaçu, para a realização dos serviços financeiros e de lavagem de dinheiro e com a intenção de perpetuar o esquema criminoso e distanciamento pessoal, os líderes da suposta organização criminosa teriam usado de empresas de fachada, constituídas principalmente nas cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu, bem como postos de combustíveis e até mesmo churrascarias sediadas, em sua maioria, na capital, e que em cujo quadro societário figuram familiares e pessoas próximas.
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