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Procuradores temem represálias e reagem à PEC para mudar composição do Conselhão, órgão que pune desvios de conduta no Ministério Público

Entidades de juízes e membros do MP divulgam nota técnica conjunta contra proposta na Câmara para alterar formação do Conselho Nacional do Ministério Público

Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

Entidades de procuradores, promotores e juízes reagiram nesta quarta-feira, 6, à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tenta mudar a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e a forma de indicação de seus integrantes. O texto está pronto para votação no plenário da Câmara dos Deputados.

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Responsável por fiscalizar a conduta de promotores e procuradores, o CNMP é composto hoje por 14 conselheiros, que assumem as cadeiras após serem sabatinados e aprovados no Senado Federal. A proposta da PEC é para incluir um assento a ser reservado a indicações alternadas da Câmara e do Senado e para tirar uma das quatro vagas a cargo do Ministério Público da União e também passá-la às mãos do Congresso, o que na prática aumenta a influência externa na instituição.

Entre membros do MP, a avaliação é que a proposta tenta aumentar a ingerência externa na instituição. "Cuidando-se o CNMP de órgão interno, não se mostra legítimo que metade de seus membros seja indicada por órgãos estranhos à instituição", diz um trecho da nota técnica divulgada por nove associações de magistrados e procuradores que compõem a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas).

Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Foto: MARCOS OLIVEIRA/AG. SENADO

Os quadros do Ministério Público também temem 'represálias' e 'manipulações'. "Os membros podem ser indicados não para atender aos interesses legítimos da sociedade, mas, sim, a interesses políticos voltados a silenciar a Instituição e a impedir o austero combate à criminalidade, à improbidade e à corrupção", afirmam.

Outro ponto questionado é a previsão de que o Corregedor Nacional não precisaria mais ser eleito entre os membros do Ministério Público, o que abre caminho para que o cargo deixe de ser exercido por servidores de carreira. Promotores e procuradores dizem que a função depende de conhecimento prático sobre o trabalho do MP.

"O exercício adequado da corregedoria exige profundo conhecimento acerca da estrutura, da lógica e do funcionamento da Instituição -- conhecimento esse que só se adquire com a experiência prática, é dizer, pela vivência diária nas funções de membro do Ministério Público", argumentam.

O texto é apoiado por deputados do PT, PDT, DEM, PP, PCdoB, Republicanos, PSL, PSC, MDB, PSOL e PTB. Consta na justificativa que o projeto tenta resolver 'deficiências' na estrutura do CNMP e diminuir 'certa sensação de corporativismo e de impunidade'

"O CNMP não pode ser transformado em instrumento de cerceio da liberdade e da independência funcional dos membros do Ministério Público", reagem os quadros da instituição.

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Veja as entidades que subscrevem a nota:

Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)

Associação Nacional dos Procuradores e Procuradoras do Trabalho (ANPT)

Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)

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Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR)

Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT)

Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM)

Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp)

Associação dos Magistrados do Distrito Federal e Territórios (Amagis-DF)

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