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Procuradores do DF e quatro Estados cobram explicações do Ministério da Saúde sobre 'kit Covid' de R$ 250 milhões

Procuradoria questiona, por exemplo, se foi realizada avaliação econômica dos custos para compra do 'kit' em comparação com a aquisição de vacinas, considerando que com o mesmo valor seria possível adquirir 13,18 milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca, o suficiente para imunizar quase 7 milhões de pessoas

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Foto do author Rayssa Motta
Por Pepita Ortega e Rayssa Motta
Atualização:

Fachada do Ministério da Saúde em Brasília. Foto: Jefferson Rudy/Agencia Senado

Procuradores do Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe enviaram ofício à Secretaria Executiva do Ministério da Saúde questionando o plano do governo de gastar até R$ 250 milhões para disponibilizar no programa Farmácia Popular o 'kit Covid', formado por comprimidos de hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina. O secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, tem cinco dias para responder as perguntas do Ministério Público Federal, a contar desta segunda, 14.

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Revelado pelo Estadão em setembro, o estudo para inserir oz medicamentos no Farmácia Popular corre em sigilo no ministério desde o começo de julho e chegou às mãos do ministro Eduardo Pazuello nesta semana.

Como mostrou o repórter Matheus Vargas, com o mesmo valor seria possível adquirir 13,18 milhões de doses da vacina produzida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca, ao preço de R$ 18,95 por unidade, o suficiente para imunizar quase 7 milhões de pessoas.

Nessa linha, o ofício da Procuradoria questiona, por exemplo, se foi realizada avaliação econômica dos custos para compra do 'kit' em comparação com a aquisição de vacinas. As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal.

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No ofício ao Ministério da Saúde, os procuradores também perguntam quais medicamentos compõem o 'kit covid' e se foi atestada sua eficácia. Caso a resposta seja positiva, o MPF requereu cópias de estudos que mencionem 'evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança dos medicamentos, produtos ou procedimentos oferecidos'.

A Procuradoria ainda quer informações sobre a distribuição do 'kit covid' e quais as diretrizes para essa logística. Além disso, questionou se o 'kit' é destinado a todos os pacientes diagnosticados com a doença ou se há critérios para a distribuição, a depender da gravidade dos sintomas.

O ofício faz referência ainda à exigência, ou não, de realização de testes para detecção da Covid-19 antes do fornecimento do 'kit' e pede informações sobre a obrigatoriedade de prescrição médica para uso dos medicamentos.

Os procuradores perguntam também quais as medidas tomadas pelo Ministério da Saúde para garantir o acesso ao exame laboratorial ou teste para confirmação de covid-19, que permita o tratamento precoce dos pacientes, 'ante o notório déficit de exames para diagnóstico da população'.

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