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Procuradora vê 'indícios robustos' contra Dr. Erich

Karen Kahn, do Ministério Público Federal em São Paulo, denunciou diretor-administrativo afastado do Setor de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas Erich Talamoni Fonoff por fraude a licitação, corrupção e associação criminosa no âmbito da Operação Dopamina

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Por Luiz Vassallo , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

 Foto: MPF-SP

A procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn afirmou, nesta segunda-feira, 23, que a abertura de ação penal contra envolvidos em supostos desvios no Hospital das Clínicas reforça a tese do Ministério Público Federal de que há 'robustas provas' contra os investigados. Ela é autora da denúncia no âmbito da Operação Dopamina.

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O Ministério Público Federal acusa quatro investigados, entre eles o médico cirurgião Erich Talamoni Fonoff, diretor administrativo afastado do setor de Neurocirurgia do HC. Eles são denunciados por fraudes em implantes cerebrais.

"O recebimento da denúncia veio corroborar o teor das provas que foram amealhadas durante a investigação criminal conduzida pelo MPF indicando a materialidade com relação aos crimes crimes denunciados e no mínimo a existência de indícios robustos de autoria das pessoas envolvidas e denunciadas", afirma a procuradora, autora da denúncia.

Kahn ainda afirma que o 'recebimento da denúncia possibilita o processo que, haja maior e mais profunda análise das provas, durante a instrução criminal, através de testemunhos importantes de fatos denunciados e dessa forma viabiliza então a efetiva busca pela verdade real e o encontro da justiça'.

Na acusação, protocolada em dezembro de 2017, a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn afirma que entre 2009 a 2014, Erich Talamoni Fonoff e o ex-administrador do HC Waldomiro Monforte Pazin, o empresário Victor Dabbah, da empresa Dabasons, e a representante comercial Sandra Ferraz teriam formado 'um esquema fraudulento'.

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O grupo teria burlado 'procedimentos administrativos concorrenciais dentro do Hospital das Clínicas, configurando o delito de fraude à licitação'. Dr. Erich é acusado de corrupção, associação criminosa e fraude a licitação.

De acordo com a denúncia, Dr. Erich, Victor Dabbah e Sandra Ferraz 'teriam, respectivamente, recebido e oferecido pagamento de vantagem indevida em troca de exclusividade para vendas, via ordens judiciais, de equipamentos de implantes neurais a pacientes'.

COM A PALAVRA, HOSPITAL DAS CLÍNICAS

O Hospital das Clínicas da FMUSP informa que os dois funcionários citados foram afastados desde o início das investigações. O próprio HC realizou uma apuração interna sobre o caso e vem colaborando com o MPF. Esclarece, ainda, que todas as compras do HC do "marca-passo" cerebral foram realizadas por meio de licitação por registro de preço.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO FÁBIO TOUFIC SIMANTOB, QUE DEFENDE O DR. ERICH

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O advogado afirmou que não vai se manifestar.

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COM A PALAVRA, O DR. ERICH FONOFF

"O Dr. Erich Fonoff é reconhecido como um dos mais conceituados cirurgiões neurológicos do país. Construiu sua carreira sólida com imensa dedicação, rigor técnico, ética e respeito por todos os pacientes. O profissional jamais recebeu qualquer tipo de vantagem ou benefício indevido de empresas fornecedoras de equipamentos médicos. Relatórios do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e Hospital das Clínicas, onde o médico atuou por mais de dez anos, isentaram totalmente o Dr. Erich das acusações indevidas feitas contra ele, confirmando a inexistência de danos aos cofres públicos. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, inclusive, já determinou a reintegração do médico a suas funções na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)."

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