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Procuradora diz que causa 'estranheza' decisão de Gilmar de soltar operador do PSDB

Adriana Scordamaglia, da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, reitera 'riscos' para testemunhas de acusação e afirma que medida adotada pelo ministro do Supremo, apenas 12 horas depois da prisão de Paulo Vieira de Souza, atropelou audiência de custódia

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Por Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

Edifício do MPF em São Paulo. Foto: PRSP

A procuradora da força-tarefa da Lava jato de São Paulo Adriana Scordamaglia afirmou ver com 'estranheza' o habeas corpus dado pelo ministro Gilmar Mendes ao engenheiro Paulo Vieira de Souza, apontado com operador do PSDB, sua filha, Tatiana Arana de Souza, e Geraldo Casas Vilela, ex-diretor de Assentamentos da Dersa.

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Os três foram presos nesta quarta-feira, 30, por ordem da juíza Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, e soltos apenas 12 horas depois pelo ministro do STF. Eles são acusados de desvios de R$ 7,7 milhões da Dersa em reassentamentos no âmbito das obras do Rodoanel Trecho Sul.

Scordamaglia reiterou ver risco às testemunhas envolvidas no processo. "Na minha visão, sim, e com toda a certeza. O ministro Gilmar Mendes diz que só testemunhas de defesa seriam ouvidas agora, e isso não é verdade. Serão ouvidas testemunhas arroladas pela acusação em breve."

Gilmar soltou o operador do PSDB, sua filha e Casas Vilela ainda quando transcorria a audiência de custódia na Justiça Federal em São Paulo. A procuradora relata que a reação dos réus à notícia sobre o habeas foi 'obviamente de felicidade'.

"É uma audiência que todos que dela participaram e dela tomarem conhecimento vão se lembrar pelo resto da vida, porque é uma audiência sui generis a qual foi atropelada ao seu final com uma liberdade concedida pela última instância havendo também supressão das instâncias, já que tem o tribunal e o STF é a última instância que os réus devem recorrer", afirmou.

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"Nós só cumprimos o nosso papel, não vamos esmorecer com decisões como essa, porque queremos que a justiça seja feita, é só isso. E gostaríamos de poder trabalhar com nossos direitos assegurados e com a credibilidade daquilo que escrevemos", disse Adriana Scordamaglia.

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