O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, sugeriu nesta quinta-feira, 9, que talvez fosse o caso de o País 'olhar o exemplo de Bucareste' - em resposta às críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, para quem o prazo das prisões decretadas em primeira instância de acusados na Operação tem sido muito 'alongado'.
"Talvez devêssemos olhar o exemplo de Bucareste, na Romênia, onde o governo tentou descriminalizar a corrupção sob o falso pretexto de liberar espaços em prisões e diminuir a população carcerária", disse o procurador.
O País europeu tentou livrar políticos que receberam ou recebem propinas em valor equivalente a até R$ 150 mil, mas recuou ante a multidão que tomou as ruas de Bucareste para protestar contra a medida. "As prisões da Lava Jato são pedidas pelo Ministério Público, deferidas por um juiz de primeiro grau e essa decisão se submete a recursos sucessivos. Elas têm sido mantidas não só no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, mas também no Superior Tribunal de Justiça e agora está em análise no STF", argumenta o procurador que, nesta quinta, participou em São Paulo de um debate sobre o pacote anticorrupção na Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham).
Carlos Lima disse 'acreditar' que a Corte máxima mantenha as prisões expedidas em instâncias inferiores, inclusive a que pesa contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - preso por ordem do juiz federal Sérgio Moro desde outubro de 2016.
"As prisões são necessárias e acreditamos que o STF vai mantê-las", disse o procurador quando questionado sobre o julgamento da prisão de Cunha, que pode entrar na pauta do Supremo ainda nesta quinta, 9.