Beatriz Bulla, Fábio Serapião e Mateus Coutinho
12 de dezembro de 2016 | 15h05
Na primeira denúncia contra o presidente do Congresso Renan Calheiros na Operação Lava Jato, formalmente acusado de corrupção passiva pelo recebimento de R$ 800 mil, em 2009, o procurador-geral da República Rodrigo Janot destacou que o peemedebista e seu antigo aliado, o deputado Aníbal Gomes (PMDB/CE), ‘com vontade livre e consciente, comunhão de desígnios e divisão de tarefas, ocultaram e dissimularam, em favor do primeiro (Renan) , a origem, a disposição e a movimentação desses recursos’.
Na avaliação de Janot, a circulação de valores incluiu o Diretório Nacional e Comitês do PMDB. Segundo o procurador, Renan se valeu da ‘interposição de pessoas físicas e órgãos diversos de pessoa jurídica, do Diretório Nacional e dos Comitês do PMDB por onde transitaram os recursos, e a mescla com valores lícitos, em operações distintas’. “Essa mistura de ativos ilícitos com outros constitui mais uma modalidade independente de lavagem de valores denominada commingling (mescla)”, destaca Janot.
Acesse mais notícias do Blog
O procurador atribui a Renan corrupção passiva (por duas vezes) e lavagem de dinheiro, em dez operações.
A denúncia envolve ainda o deputado Aníbal Gomes e o empresário Paulo Twiaschor, este por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.