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Procurador diz que corrupção pode anular Pasadena

Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, afirma que compra da refinaria nos EUA 'foi um mau negócio para o Brasil'

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Por Ricardo Brandt , Fausto Macedo , Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:

Refinaria de Pasadena, no Texas. Foto: Richard Carson/Divulgação

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta segunda-feira, 16, que a comprovação de corrupção na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pode até anular o negócio, realizado em 2005, sob comando do ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró. A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a Operação Corrosão, 20ª fase da Lava Jato, mirando ex-funcionários da estatal, suspeitos de terem recebido propina em contratos das refinarias de Pasadena e Abreu e Lima, em Pernambuco.

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Para o procurador regional, foi um mau negócio para o Brasil considerado por todos. "Nós recebemos o caso Pasadena do Rio de Janeiro e pudemos aprofundar as investigações. Nós já temos nomes de funcionários e colaborações (premiadas) que indicam o recebimento de propina. Quem sabe com essas provas consigamos talvez anular a compra e, quem sabe, ressarcir o patrimônio público brasileiro."

Nestor Cerveró está preso desde janeiro deste ano. O executivo já foi condenado em dois processos na Lava Jato.

Segundo o Tribunal de Contas da União, a compra da refinaria de Pasadena causou um prejuízo de US$ 792 milhões. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Lava Jato, mencionou pagamento de propina envolvendo o negócio em sua colaboração. Costa afirmou, sem dar mais detalhes, que a propina neste negócio poderia ter chegado a US$ 30 milhões, e disse que recebeu US$ 1,5 milhão para "não atrapalhar" a compra.

"Foi um péssimo negócio com muitos beneficiários", reiterou o procurador regional Carlos Fernando dos Santos Lima. "Vamos aprofundar bastante essa investigação."

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A PF cumpre 2 mandados de prisão temporária, 11 de busca e apreensão e 5 de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado - no Rio de Janeiro, em Rio Bonito (RJ), em Petrópolis (RJ), em Niterói (RJ) e em Salvador (BA).

Segundo o procurador Carlos Fernando Lima, as prisões temporárias envolvem um funcionário da Petrobrás, suspeito de irregularidades nas obras do Comperj e de compra de sondas, e de um suposto operador de propinas que teria feito pagamentos ao ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

 

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