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Presidente do TCU pede à PF inquérito contra auditor da Corte que fez 'relatório paralelo' sobre pandemia citado por Bolsonaro

Ministra Ana Arraes acolheu pedido do corregedor da corte de contas, ministro Bruno Dantas que chegou a sugerir investigação sobre suposto crime de prevaricação no caso

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Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Tribunal de Contas da União (TCU). Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

A ministra Ana Arraes, presidente do Tribunal de Contas da União, enviou ofício à Polícia Federal nesta segunda-feira, 14, formalizando pedido de abertura de inquérito contra o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, responsável pelo levantamento não oficial que aponta "supernotificação" de mortes por covid-19 no País. A ministra acatou solicitação feita pelo corregedor da corte de contas, ministro Bruno Dantas, assim como o fez quando afastou o servidor do cargo por 60 dias e o proibiu de entrar no prédio do órgão.

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O documento inserido no sistema do TCU sem que constasse de qualquer processo do órgão foi citado na segunda-feira, 7, pelo presidente Jair Bolsonaro para comprovar sua tese de que cerca de metade dos óbitos registrados como covid-19 não seriam causados pela doença. O tribunal o desmentiu no mesmo dia.

Ao solicitar o afastamento de Marques e o inquérito policial para apurar o caso, Bruno Dantas ressaltou que a divulgação de informações oficiais do tribunal de maneira não autorizada representaria infração disciplinar. "Ainda mais grave, e isso precisará ser melhor apurado, é a manipulação da atividade fiscalizatória do TCU em razão de sentimento pessoal ou orientação política ou ideológica", ponderou o ministro.

Bruno Dantas sugeriu que a Polícia Federal investigue se houve crime de prevaricação, que diz respeito a atos contra a administração pública visando interesse pessoal.

Marques é auditor do TCU desde 2008 e é próximo aos três filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Em 2019, ele chegou a ser indicado a comandar a diretoria de compliance do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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