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Presidente da Queiroz Galvão afirma que 'sob sua gestão' não houve ilícitos

Petrônio Braz Júnior, conduzido coercitivamente na Operação Resta Um, relatou ‘com segurança’, que desde que se tornou mandatário da construtora, em 2013, ‘não ocorreu qualquer participação indevida’ em licitações da Petrobrás

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Por Julia Affonso , Mateus Coutinho , Ricardo Brandt e e Fausto Macedo
Atualização:

Sede da Petrobrás, no Rio. Foto: Marcos de Paula/Estadão

O diretor-presidente da Queiroz Galvão, Petrônio Braz Junior, afirmou à Polícia Federal que, 'sob sua gestão', não houve procedimentos ilícitos em licitações da Petrobrás. A construtora foi alvo da Operação Resta Um, 33ª fase da Operação Lava Jato, e é apontada como uma das empreiteiras que participavam do 'Cartel VIP' de empresas que agiram na estatal para se apossar de contratos bilionários, entre 2004 e 2014.

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O DEPOIMENTO

Petrônio Braz Júnior é diretor-presidente desde 2013. O executivo foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente e liberado - na Operação Resta Um, deflagrada terça-feira, 2.

"Desconhece a denominação "O Clube das 16", somente tendo ouvido falar pela imprensa; que afirma, com segurança, que, sob sua gestão, não ocorreu qualquer participação indevida da Construtora Queiroz Galvão/Brasil em processos licitatórios na Petrobrás; que reafirma desconhecer a existência do 'Clube das 16'", declarou.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Petrônio Braz Júnior foi o responsável pela assinatura do contrato com a Costa Global Consultoria, empresa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema de propinas instalado na estatal entre 2004 e 2014. Os investigadores afirmam que o contrato era ideologicamente falso celebrado por 'um serviço não prestado, a fim de acertar o pagamento de propina atrasada'.

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A Costa Global, afirma o Ministério Público Federal, era usada por Paulo Roberto Costa para o recebimento de propinas 'atrasadas'. A quebra de sigilo bancário da Costa Global apontou seis depósitos da Queiroz Galvão, que de acordo com a força-tarefa 'totalizaram R$ 563.100 mil de propina'.

À PF, Petrônio Braz Júnior declarou nunca ter conhecido 'o senhor Paulo Roberto Costa.

"O contrato celebrado entre a Construtora Queiroz Galvão Brasil com a empresa Costa Global Consultoria, o qual foi assinado por ele, declarante, teve a avaliação do Departamento Jurídico da Construtora Queiroz Galvão Brasil, e, portanto, para ele, declarante, não era ideologicamente falso", afirmou.

"O declarante soube, à época, que toda a parte de contato comercial anterior à assinatura foi realizada pela IESA, uma empresa de engenharia que, em alguns projetos, era consorciada da Construtora Queiroz Galvão Brasil."

O presidente da Queiroz Galvão disse que desde a Construtora Queiroz Galvão Brasil mantinha um acordo de cooperação com a IESA na prospecção e execução de negócios na área de oléo e gás'. O executivo relatou que 'foi a IESA que apresentou o projeto de prospecção de minirrefinarias, cuja consultoria seria feita pela Costa Global'.

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"O valor do contrato de R$ 563 mil não era significativo, diante dos volumes financeiros tratados pelo declarante nos demais contratos, que giravam em torno de milhões de reais, e portanto não chamou sua atenção; que na época da assinatura do contrato Paulo Roberto Costa já não tinha mais qualquer vinculação com a Petrobrás, de onde já havia se afastado há mais de um ano, que só tomou conhecimento desses fatos, em detalhes, posteriomente à deflagração da Operação Lava Jato", afirmou.

"Nessa época sequer sabia quem era Paulo Roberto Costa; e reafirma que nunca se reuniu com Paulo Roberto Costa para tratar do referido contrato, ou com qualquer representante da empresa Costa Global Consultoria."

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