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Precisamos recuperar a credibilidade do Crea-SP

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Por José Manoel Ferreira Gonçalves
Atualização:
José Manoel Ferreira Gonçalves. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Em artigo publicado, a atual vice-presidente do CREA-SP defende as eleições presenciais no dia 15 de julho para escolher a próxima diretoria do Conselho.

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Faz isso em nome de um rito duvidoso, imposto pelo Confea. Faz isso, vejam só, em nome da segurança, da transparência e, dizem, da democracia!

As eleições pela internet que a vice-presidente refuta não apenas são seguras pois evitaria aglomerações em tempos de pandemia, como são  transparentes, visto que já foi adotada por outros Conselhos. A escolha também é a mais democrática possível, visto que insistir em adotar a eleição presencial como a única forma de pleito afastaria parte dos cerca de um milhão  de profissionais que estão registrados no CREA-SP da votação.

Tanto isso é verdade que  semana passada o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) definiu que as eleições no CREA-SP fossem realizadas também de forma virtual, entendendo o risco que os eleitores correm ao se submeterem à vontade da atual gestão, de exigir o voto exclusivamente presencial.

O que estamos propondo é uma medida democrática, garantida pelo regulamento eleitoral de número 1.114 de 2019 em seu artigo 87. A realização do pleito de modo virtual será absolutamente transparente, acompanhando o processo desde o início. Vamos utilizar todos os espaços em defesa da democracia, porque a auditoria e o acompanhamento do auditor deve ser rigorosamente respeitado e isso será exigido.

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O desafio básico é o CREA se colocar como um conselho que defende a engenharia e recupere a sua credibilidade. Do engenheiro no sistema e do sistema junto à sociedade. Hoje nós temos um sistema bastante desprestigiado. Apenas 5% das anotações de responsabilidade técnica são preenchidas, a engenharia não participa de nenhum grande debate nacional como por exemplo a privatização da Sabesp ou do Metrô.

Nós temos um papel que não é somente o de olhar interna corpuris, temos que melhorar a qualidade dos cursos de formação dos engenheiros, discutir o conteúdo programático, melhorar os cursos de pós-graduação. É necessário que haja uma valorização do profissional e para isso, nós temos que estar presentes. Que o engenheiro conte com o CREA como uma instituição que o represente.

Ademais,  jamais podemos ignorar a tecnologia. Queremos um CREA que seja capaz de influenciar na feitura do projeto de desenvolvimento nacional que a engenharia pode (e deve) participar efetivamente.

*José Manoel Ferreira Gonçalves é jornalista, advogado, engenheiro, cientista político, professor e escritor e atual candidato à presidência do CREA-SP

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