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Precisamos falar sobre gestão tecnológica em startups

Por Julian Tonioli
Atualização:
Julian Tonioli. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Com significativa relevância no ambiente das startups, o CTO - Chief Technology Officer é o principal responsável pela gestão tecnológica da empresa. Porém, quando se trata da gestão dos negócios, além de dominar a tecnologia, arquitetura digital e programação de dados, o CTO precisa estar preparado para ir muito além do aprendizado teórico das universidades. Neste artigo, o papel desta peça fundamental nas startups, além das habilidades e competências para atuar de forma bem sucedida neste ecossistema, será o tema da vez.

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Quando a companhia é pequena, principalmente em startups, ainda está no começo das atividades, o CTO é o profissional que incorpora a gestão do negócio e do produto, atuando ainda como coder e programador. Na maioria das vezes, é responsável pela programação e arquitetura digital da empresa, fazendo a conexão da visão de negócios do CEO - Chief Operations Officer e demais cargos "C levels" com a área de tecnologia. Entretanto, na medida em que a empresa cresce, com funding maior e "C levels", o CTO passa a assumir um papel de arquitetura do negócio mais amplo, com uma visão de gestão e negócios mais profunda, além de uma atuação mais gerencial na área de tecnologia, com menos programação. Na verdade, quanto maior a empresa, menor a carga técnica e a necessidade de programação pelo CTO.

A partir deste momento, ele vai assumir um papel de gestor de equipes, liderando as pessoas ao alcance dos objetivos estratégicos definidos. Fará também a conexão e a entrega da tecnologia para a efetividade dos negócios, além da gestão técnica do produto propriamente dito. Dessa forma, deve combinar habilidades e competências da área de negócios, em people skills e na área técnica. Assim, precisa ampliar as competências em três grandes áreas: comunicação e convencimento; negociação e gestão de negócios e desenvolvimento de pessoas. Antes de tudo, o CTO precisa trabalhar a habilidade de comunicação, convencimento e contratação do pessoal de tecnologia, apresentando claramente e mantendo vivos o propósito, a cultura e os valores da organização. Atualmente, está cada vez mais desafiador contratar e manter pessoal técnico somente pelo desafio técnico do trabalho. Da mesma forma, utilizar a remuneração como estratégia para segurar o time está se tornando cada vez mais difícil na área de tecnologia, altamente globalizada e com escassez de mão de obra especializada. É quase impossível uma empresa nacional competir com a proposta de remuneração de uma companhia estrangeira, por exemplo.

Outro conjunto de habilidades inclui a compreensão das demandas dos negócios, que às vezes são conflitantes com aquilo que ele se propôs a fazer e precisam ser negociadas entre gestores e colaboradores. Também deve agir na gestão das pessoas para priorizar as ações que vão gerar tração inicial para a startup, buscar bons resultados e conseguir comunicar isso para a equipe, seus pares e sócios. Enfim, traduzir as suas ações e da sua equipe (na gestão da tecnologia do negócio) em dinheiro. O terceiro conjunto de competências que um CTO deve possuir é a capacidade de fomentar, formar pessoas e promover a sua evolução individual.

E, para isso, o CTO também deve buscar a sua própria evolução, através da exposição à prática dos negócios e evitar o isolamento, causado pelo foco único na parte técnica. Assim, deve participar de discussões, se comunicar efetivamente com seus pares, derrubar as barreiras e se engajar em todos os setores (e problemas da companhia). Ou seja, aumentar o networking e não se isolar. Por último, uma dica para o CTO é: apaixone-se pelo problema e não pela solução. Foque na solução do problema e no impacto que vai gerar para o cliente. Afinal, empreender é isso, resolver um problema de maneira suficientemente eficaz para que alguém te remunere por isso.

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*Julian Tonioli é sócio-fundador da Auddas

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