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Precisamos da vacina e de novas doses de resiliência

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Por Leandro Figueira Neto
Atualização:
Leandro Figueira Neto. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Uma das palavras mais mencionadas nos últimos meses em todo o mundo foi pandemia. A outra foi saúde. E a terceira resiliência - habilidade de quem é capaz de transformar experiências negativas em aprendizado, conseguindo, inclusive, tirar benefício delas. A resiliência vem com os anos e pode ser aplicada tanto na vida pessoal quanto na profissional - um pouco diferente da saúde, a qual vamos perdendo com o passar da idade.

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No meio dessa crise que vivemos, ambas são mais necessárias do que nunca. Primeiro porque o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e, em muitos casos, nos sufoca, haja vista a pressão a qual somos submetidos. As constantes mudanças no ambiente de trabalho, demissões em alta, diminuição de salários e redução de vagas provocam insegurança e levam à exaustão emocional, prejudicando sobremaneira nossa saúde. Por mais que nós, da área de gestão de pessoas, estejamos desenvolvendo inúmeras ações para proporcionar confiança, somos impactados por um macroambiente instável. Nesse cenário, os resilientes se sobressaem, pois enxergam desafios como necessários e vêem em cada problema uma oportunidade - minimizando os danos ao bem estar físico e mental.

Não quero dizer que pessoas com pouca resiliência perderão seus empregos ou ficarão doentes. Para cada função, determinadas virtudes. Mas, se resolver problemas e conflitos e saber lidar com opiniões e pessoas diferentes são as aptidões do profissional do futuro, está aí uma grande oportunidade para os resilientes.

Vejamos pela ótica da pandemia. Trabalhar em Home Office, longe dos colegas de trabalho, com a vida social praticamente resumida a eventos virtuais, sem poder viajar com a mesma intensidade de anos anteriores e com restrições diárias inimagináveis. Ora, quem em sã consciência seria capaz de dizer que conseguiríamos viver assim? Em meio a tudo isso, a resiliência veio junto com a obrigatoriedade da máscara e do álcool em gel.

Inteligência emocional foi outra vocação exigida pela pandemia. Se tornou item de primeira necessidade, mas não a encontramos nas prateleiras de farmácias e supermercados. Ela está dentro de cada um de nós. Na educação que recebemos, nos nãos que ouvimos e nas frustrações que vivemos. Como, por exemplo, não poder ir para a praia no próximo feriado ou aproveitar um hotel na beira da praia nas próximas férias. No fim das contas, a Covid-19 nos obrigou a sermos inteligentes no âmbito emocional, mas, ao mesmo tempo, nos ensinou a importância dela.

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Sairemos dessa pandemia melhores e mais fortes. Porque, se formos capazes de superar todas as intempéries causadas pelo novo coronavírus, estaremos aptos a enfrentar as adversidades familiares e profissionais. A vacina para a Covid-19 vai imunizar a todos, em breve. Mas não podemos, jamais, esquecer das doses frequentes de resiliência das quais precisamos.

*Leandro Figueira Neto, diretor de Recursos Humanos do Grupo Marista

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