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Portaria do condomínio da mulher de Cabral tem 'caixa de papelão vermelha' para celular

PF fez buscas em apartamento no Leblon, no Rio, onde reside Adriana Ancelmo, em prisão domiciliar e proibida de ter acesso à internet ou telefone

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Por Julia Affonso
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A Polícia Federal chegou à casa da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), às 6h05 do último dia 24 de abril. A ex-primeira-dama está em prisão domiciliar na operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, no Rio. A vistoria terminou por volta das 7h.

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Os agentes fizeram buscas no apartamento de Adriana Ancelmo, no Leblon, no Rio, para verificar se havia algum celular ou equipamento de comunicação. A ausência de sinal de internet e de telefone é condição para a mulher de Sérgio Cabral cumprir prisão domiciliar.

Segundo a PF, 'a entrada da equipe foi liberada de imediato pelo porteiro' e Adriana 'acompanhou toda a diligência e durante a vistoria nenhum celular ou outro equipamento de comunicação foi encontrado'. Também estavam presentes as funcionárias que trabalham no apartamento e os filhos de Adriana e Sérgio Cabral.

"Na portaria foi verificada uma caixa de papelão, da cor vermelha, com celulares dos empregados, visitantes e filhos do apartamento 401. Assim como, um livro preto contendo nome, data, telefone, identidade e horário da visita. Os fios do interfone do apartamento continuam cortados, logo, não há comunicação com a portaria", afirmou a PF em relatório enviado ao juiz federal Sérgio Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.

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Adriana foi presa em dezembro do ano passado. O Superior Tribunal de Justiça (STF) converteu em 24 de março a prisão preventiva da ex-primeira-dama do Estado em domiciliar, restabelecendo ordem do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio. A decisão de Bretas havia sido cassada pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).

O magistrado da 7ª Vara Federal havia concedido a prisão domiciliar com base no Estatuto da Primeira Infância, que alterou o Código de Processo Penal (CPP) e estabeleceu que presas com filhos menores de 12 anos podem ter a custódia preventiva transformada em domiciliar. Adriana tem um filho de 11 anos, além de outro de 14.

Pela decisão de Bretas, de 17 de março, Adriana Ancelmo ficaria autorizada a cumprir prisão em casa, mas sem acesso à internet e telefone. Ao restabelecer a ordem de Bretas, o STJ manteve as condições do juiz da 7ª Vara Federal do Rio. A interrupção dos serviços de telefonia e internet precisaria ser comprovada por agentes da Polícia Federal antes de Adriana ir para prisão domiciliar.

Em 26 de abril, a Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) decidiu mandar a ex-primeira dama. Adriana Ancelmo, no entanto, continua presa cumprindo domiciliar até o julgamento de todos os recursos do processo.

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