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Promotor aponta patrimônio 'nababesco' e pede bloqueio de bens do ex-corregedor da Fazenda

Ricardo Manuel Castro, do Ministério Público do Estado, decidiu mover ação de improbidade por suposto enriquecimento ilícito de Marcus Vinícius Vannucchi, agente fiscal de Rendas da Secretaria da Fazenda de São Paulo

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Marcos Vinícius Vannuchi. Foto: Reprodução

O promotor de Justiça Ricardo Manuel Castro moveu ação civil pública contra o ex-corregedor da Secretaria da Fazenda de São Paulo, Marcus Vinícius Vannucchi, por suposto enriquecimento ilícito. Vannucchi chegou a ser preso na Operação Pecunia Non Olet, por suspeita de cobrar propinas de fiscais corruptos, no dia 6 de junho - alguns dias depois foi solto. O promotor requer o bloqueio de bens em nome do ex-corregedor, de suas empresas, e também de sua mãe e mulher, suspeitas de ajudar a ocultar patrimônio ilícito que teria sido constituído pelo auditor fiscal.

Dinheiro apreendido em uma sala secreta na casa da mulher de Marcus Vinicius Vannuchi. Foto: Reprodução

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O promotor toma como base as investigações que levaram Vannucchi a ser denunciado pelo crime de lavagem de dinheiro.

Sob suspeita de enriquecimento ilícito - ele teria construído um patrimônio de 65 imóveis em pouco anos de carreira -, o ex-corregedor foi denunciado por lavagem de dinheiro em razão de guardar US$ 180 mil e mais 1.300 euros em um bunker secreto em sua casa, no município de Itatiba, interior paulista.

 Foto: Estadão

Outras investigações ainda correm na Promotoria, para identificar a origem do patrimônio de Vannucchi. Sua mulher adquiriu, em um mês, em 2016, 10 imóveis, no valor de R$ 6,7 milhões.

O promotor afirma que com 'suas atuações ilícitas, Marcus Vinícius, contando sempre com o auxílio de sua esposa e mãe, Olinda e Hercília, adquiriu um patrimônio incompatível com a renda obtida, colocando inclusive bens em nome de pessoas jurídicas constituídas exatamente para esta finalidade, de acumular patrimônio ilicitamente auferido'.

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Prédio da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Foto: Reprodução / Google Maps

"A evolução dos demandados não guarda proporção com os rendimentos por eles declarados. Deve-se ter em conta também que alguns bens foram sonegados ao fisco e os declarados, em sua maioria, indicaram valores muito inferiores aos de mercado, como expressamente apurado pela Corregedoria-Geral da Administração", diz.

"No Brasil, o patrimômio sonegado é fruto, basicamente, de dois tipos de atividade ilícita: tráfico de drogas e a corrupção. Não havendo qualquer indício de que a família demandada se dedique ao tráfico, não é difícil de inferir a origem da nababesca evolução patrimonial, que coincide com o período em que o demandado Marcus Vinícius Vannucchi ocupava cargo público, na administração fazendária do Estado de São Paulo"", sustenta o promotor.

Na época em que foi denunciado pela Promotoria, a defesa de Vannucchi reagiu enfaticamente.

Sua defesa afirmou à Justiça que ele já havia autorizado a quebra de sigilo há dois anos, à Promotoria de Patrimônio Público de São Paulo, responsável por investigações na área cível.

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