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Polícia Civil do Rio indicia Felipe Neto por corrupção de menores; youtuber nega acusações

Inicialmente, Delegacia de Repressão a Crimes de Informática afirmou que abriu investigações após expediente do Ministério da Justiça, porém retificou a informação e disse que apurações partiram de representação apresentada ao Ministério Público Federal

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Por Paulo Roberto Netto/SÃO PAULO e Mariana Durão/RIO
Atualização:

O youtuber Felipe Neto. Foto: Reprodução

*Atualizada às 18h56 de sábado, 7, para inserir a nota de retificação da Polícia Civil do Rio

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou na última quinta, 5, o youtuber Felipe Neto, acusado de divulgar material impróprio para crianças e adolescentes em seu canal no Youtube.

Inicialmente, a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) informou na manhã de sábado, 7, que as investigações começaram após expediente enviado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas no início da noite a corporação retificou a informação.

De acordo com a Polícia Civil fluminense, as investigações foram abertas após expediente enviado pela Sala de Atendimento do Cidadão da Procuradoria da República, serviço onde é possível apresentar representações ao Ministério Público Federal.

Segundo o delegado da DRCI, Pablo Sartori, o influenciador digital foi investigado por não ter limitado a classificação etária dos vídeos com conteúdo e linguajar inapropriado para menores, o que poderia ser classificado como corrupção de menores.

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O indiciamento é apenas uma primeira etapa e serve como conclusão de investigações - a denúncia e o prosseguimento do caso ficam por conta do Ministério Público, que pode optar pelo seu arquivamento.

Por meio das redes sociais, o youtuber afirmou que o inquérito apura 'falsas acusações e desinformações que há meses vêm sendo cometidas e articuladas por membros da extrema-direita'.

"Felipe Neto acrescenta que, quando começou a se manifestar vigorosamente contra os absurdos do governo Bolsonaro, já estava preparado para enfrentar todos os tipos de ataque cometidos pela articulação do ódio, desde a propagação de notícias à acusações falsas, associando-o a crimes, na tentativa de destruir sua imagem e reputação", anotou a nota divulgada pela assessoria do youtuber.

O criminalista Augusto de Arruda Botelho, conselheiro da Human Rights Watch, fez uma postagem de apoio a Felipe Neto afirmando que o indicamento policial não vincula o Ministério Público a oferecer uma denúncia e que a acusação contra Neto 'não se sustenta, tecnicamente é absurda e tem uma clara conotação política/pessoal'.

Felipe Neto tem sido vítima de ataques pessoais e reais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Os xingamentos e "fake news" se intensificaram após uma entrevista concedida ao jornal 'The New York Times', em que o youtuber faz duras críticas ao mandatário. O influenciador chegou a ter sua imagem relacionada à pedofilia por bolsonaristas, com o apoio de parlamentares da base do presidente.

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LEIA A NOTA RETIFICADA DA POLÍCIA CIVIL DO RIOA Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), esclarece que o procedimento investigatorio envolvendo o indiciado Felipe Neto foi iniciado por meio de expediente da Sala de Atendimento do Cidadão da Procuradoria da República.

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O delegado da DRCI, Pablo Sartori, explica que o youtuber Felipe Neto está sendo investigado pelo crime previsto no artigo 244, "b" do Estatuto da Criança e do Adolescente, que tipifica a corrupção de menores.

O influenciador foi indiciado por divulgar material impróprio para crianças e adolescentes em seu canal do Youtube e por não limitar a classificação etária dos vídeos com conteúdo e linguajar inapropriado para menores.

Durante as investigações foram constados e analisados diversos vídeos e postagens, bem como publicações, onde o indiciado claramente não tem a preocupação em classificar seu material de divulgação, usando um linguajar totalmente impróprio para seu público alvo da ocasião, em vídeos e livros.

COM A PALAVRA, FELIPE NETO"Felipe Neto reitera que o inquérito está apurando as mesmas falsas acusações e desinformações que há meses vêm sendo cometidas e articuladas por membros da extrema-direita, fortemente incomodados com as críticas ao governo Bolsonaro. Felipe Neto informa que prestou todos os esclarecimentos necessários, porém o delegado de polícia, sem tomar nenhum depoimento ou realizar qualquer investigação, decidiu indiciá-lo.

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Confiante no Poder Judiciário, o youtuber permanece absolutamente convicto e tranquilo de que nunca praticou crime algum e reitera, ainda, que todo o ocorrido ainda será analisado por um promotor de Justiça. Felipe Neto acrescenta que, quando começou a se manifestar vigorosamente contra os absurdos do governo Bolsonaro, já estava preparado para enfrentar todos os tipos de ataque cometidos pela articulação do ódio, desde a propagação de notícias à acusações falsas, associando-o a crimes, na tentativa de destruir sua imagem e reputação".

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