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Planos de saúde coletivos e novas alternativas de acesso à saúde suplementar

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Por Alessandro Acayaba de Toledo
Atualização:
Alessandro Acayaba de Toledo. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O reajuste retroativo dos planos de saúde preocupou os beneficiários no início deste ano, com o acréscimo proporcional equivalente a 2020 diluído em 12 parcelas, a partir de janeiro. Em tempos de pandemia, em que grande parte da população teve sua renda comprometida, o assunto tomou proporções ainda mais complexas.

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De um lado, as operadoras de saúde apresentaram os índices e custos das operações, embutidos no aumento repassado aos contratantes. De outro, órgãos de defesa do consumidor ainda tentam frear os reajustes em dezenas de estados brasileiros.

No meio deste impasse, o consumidor continua com as contas a pagar e busca alternativas para manter o benefício. Afinal, os planos de saúde, que antes da pandemia de Covid-19 já eram listados pelo Ibope como o terceiro item mais desejado pelos brasileiros, ganharam ainda mais relevância no cenário atual.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a procura por planos aumentou no ano passado, no auge da pandemia, com a entrada de cerca de 500 mil novos beneficiários no sistema de saúde suplementar. Ao todo, hoje são 47,5 milhões de pessoas atendidas por operadoras de saúde em todo o Brasil, o que representa aproximadamente um quarto da população.

Por isso, é importante que as operadoras ofereçam opções mais acessíveis e novos produtos para atender à crescente demanda da sociedade. No caso dos planos coletivos, por exemplo, as administradoras de benefícios criaram novas alternativas para o consumidor, negociando com as operadoras produtos diferenciados a um custo-benefício mais atrativo.

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Os planos coletivos ainda lideram com folga o número de contratos ativos, permanecendo o plano por adesão, aquele oferecido aos associados de entidades de classes profissionais, como um acesso muito interessante, ainda mais quando o assunto é reajuste. Um levantamento feito pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB) ilustra bem o efeito positivo dessa intermediação. De acordo com a associação, nos últimos 8 anos, a diferença entre o valor pedido pelas operadoras para o reajuste anual e o efetivamente cobrado dos clientes das administradoras de benefícios foi de R$ 6 bilhões. Uma redução de 54%, gerando uma economia mensal por beneficiário de R$ 131.

É claro que os reajustes, ainda que bem negociados, podem pesar no bolso. A verdade é que não existe fórmula mágica, mas sim a oferta de opções mais acessíveis e focadas no bem-estar da população. Com um portfólio diversificado, as administradoras de benefícios também podem oferecer alternativas para o consumidor que precisa economizar, inclusive o ajudando a identificar suas necessidades e prioridades na hora de contratar um plano.

Dessa forma, é possível, sim, flexibilizar valores e tornar o plano privado mais acessível para a população. Afinal, precisamos lembrar que democratizar o acesso da sociedade à rede particular é também uma maneira de desafogar o sistema público de saúde e ampliar o atendimento médico para a população em sua totalidade.

*Alessandro Acayaba de Toledo, advogado especializado em Direito em Saúde e presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB)

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