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Pixuleco encontra 'casa limpa' de Dirceu

Buscas realizadas na residência do ex-ministro frustraram investigadores, mas na casa do irmão dele foram achados 'manuscritos de reuniões'

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Por Redação
Atualização:

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

 Foto: Dida Sampaio/Estadão

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A Operação Pixuleco encontrou 'casa limpa' do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). A informação é do delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, que integra a força-tarefa da Lava Jato, ao comentar as buscas realizadas segunda-feira, 3, quando Dirceu foi preso em caráter preventivo sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema Petrobrás.

"A conduta criminosa do ex-ministro perdurou no período em que ele respondeu a Ação Penal 470 (Mensalão), na prisão (Papuda/Brasília) e vários meses depois da deflagração da Lava Jato. Esse foi o motivo (da prisão preventiva de Dirceu)."

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OUÇA A ENTREVISTA DO DELEGADO IGOR ROMÁRIO DE PAULA

Mas a inspeção na casa do ex-ministro de Lula não foi proveitosa, na avaliação dos investigadores. "A busca na casa dele foi praticamente inócua, uma casa limpa com relação às atividades dele", disse o delegado Igor. A PF fez buscas em dois endereços de Dirceu, em um condomínio de luxo no município de Vinhedo, interior de São Paulo, e no Setor de Habitações Individuais Sul (SHIS), em Brasília - onde ele cumpria prisão domiciliar como condenado do Mensalão.

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Nesses dois locais, a PF não encontrou papeis ou arquivos de computador sobre a JD Assessoria e Consultoria, empresa que o ex-ministro criou quando teve cassado seu mandato de deputado federal e perdeu a cadeira na Casa Civil do governo Lula.

Por meio da JD, o ex-ministro teria recebido propinas do esquema na Petrobrás.

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Se nas casas de Dirceu a força-tarefa se decepcionou, no endereço de um irmão dele, em Ribeirão Preto SP), o advogado Luiz Eduardo de Oliveira, também alvo da PIxuleco, os policiais federais se animaram. "Algumas buscas foram bem proveitosas", disse o delegado Igor."(na residência de Luiz Eduardo) bastante material. Muitos documentos, muitos manuscritos de reuniões, dados diversos que precisam ser colocados no contexto. E material produzido pelo próprio ex-ministro."

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Igor Romário informou que os oito presos da Pixuleco serão questionados "a respeito de tudo o que consta da representação por buscas e prisões e com relação ao material apreendido".

Dirceu e o irmão eram sócios na JD Assessoria e Consultoria. A empresa recebeu R$ 39 milhões em oito anos. Desse montante, R$ 21,3 milhões teriam sido depositados na conta da JD em parcelas mensais. Para os investigadores da Lava Jato, a rotina ininterrupa de pagamentos à JD por apenas três empresas caracterizam um segundo Mensalão na vida de Dirceu.

O advogado do ex-ministro afirma que a JD recebeu por serviços de consultoria efetivamente prestados. Roberto Podval, criminalista que defende Dirceu, avalia que não há base jurídica para a prisão.

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