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PIX e as conexões com o mercado cripto

Por Reinaldo Rabelo
Atualização:
Reinaldo Rabelo. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O Banco Central implantará, em outubro, a plataforma PIX, que vai acelerar a transformação digital dos meios de pagamento no Brasil, pois viabilizará pagamentos instantâneos, com transferências sete dias por semana, 24 horas por dia e 365 dias no ano. É um momento disruptivo para a economia e a sociedade brasileiras, tal como a popularização e o barateamento das ligações telefônicas, o advento e as facilidades do celular e da internet, a simplicidade do WhatsApp para falar e trocar arquivos, a mudança provocada pelo streaming na forma como consumimos e produzimos conteúdo. O PIX chega para ser um divisor de águas.

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São muitas as vantagens do novo serviço: agilidade, instantaneidade, fim da burocratização de um mercado engessado e regido pelos horários fixos do setor bancário. Não precisaremos mais de intermediários (o que é suscetível a erro) e esperar dias para a compensação bancária, como nas transferências por DOC ou TED. A operação será segura e feita em segundos. A transação financeira será tão simples quanto o envio de uma mensagem por WhatsApp. É o fim de uma era bancária - e o início de outra.

O país se aproxima, assim, da intermediação financeira do futuro, começando a atender a necessidade de um sistema de pagamentos barato, rápido, transparente e seguro. Existe um mercado incipiente no Brasil - mas que tem ganhado força - que já possui essas características: o de criptoativos, sendo o bitcoin o principal deles. O bitcoin já funciona 24x7: pode-se comprar a qualquer momento. Desde 2009, a rede bitcoin funciona de forma ininterrupta, transparente e aberta, graças à tecnologia blockchain, usada também para diversos fins: gestão de contratos e contratos inteligentes; gestão da cadeia de abastecimento; proteção de ativos; identificação, sistemas de registro pessoal e senhas.

A partir da ideia de quebrar arranjos fechados e aderir ao conceito de open banking, a rede PIX terá características similares à da tecnologia blockchain de reunir todas as informações, com a base de dados distribuída entre todos os agentes. O serviço não é do intermediário, mas sim do usuário. É uma mudança de paradigma, já que os arranjos fechados e feudos bancários ficarão no passado. Redes de intermediários tiram trilhões da economia e não agregam valor na mesma proporção - essa concentração toda representa mais custos, impostos e tempo.

Com o PIX é como se todo mundo estivesse em um mesmo banco. Ou, nas palavras do "clube dos bancos centrais", o BIS, o PIX controla um mercado municipal, estabelece regras e padrões claros que todas barracas precisam seguir, facilitando a vida para os clientes que ali entrem para comprar algum produto. Atualmente o sistema bancário é como uma enorme praça em que os vendedores ficam à deriva, cada um praticando uma regra e uma taxa, permitindo que os donos das maiores barracas criem regras e modelos que os favorecem, sem tanto benefício para os consumidores.

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As transações com ativos digitais já funcionam 24X7, em protocolos que valem para todos, com tecnologia que permite transações brutas (uma a uma), rápidas e baratas: nasceram assim. E, agora, essa concepção chega ao setor bancário.

*Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin

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