PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Procuradoria sinaliza não concordar com decisão de Lewandowski de retirar sigilo de delação

Marqueteiro Renato Pereira firmou acordo de colaboração premiada que atinge em cheio a cúpula do PMDB no Rio; Ministro do Supremo levantou sigilo sobre os autos

Por Breno Pires e Rafael Moraes Moura
Atualização:

Raquel Dodge. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) sinalizou não concordar com a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de retirar o sigilo da colaboração premiada de Renato Pereira, marqueteiro que narrou irregularidades em campanhas eleitorais no Rio de Janeiro entre outros casos. Já em relação à decisão do ministro de devolver a delação para adequação de cláusulas, não houve ressalvas.

PUBLICIDADE

Essas duas decisões de Lewandowski foram tomadas nesta terça-feira, 14, deixando de homologar "por ora" o acordo assinado entre o delator e o ex-vice-procurador geral da República na gestão Rodrigo Janot, José Bonifácio de Andrada. O ministro também relativizou os poderes do Ministério Público Federal na hora de firmar a delação.

O ministro retirou o sigilo da delação, mesmo sem homologá-la, alegando que "vazamentos ilícitos" já revelaram seu conteúdo sigiloso. Em outra decisão, Lewandowski ordenou que a Polícia Federal investigue a divulgação desses conteúdos. Sobre esses dois pontos, a PGR informou, por meio da assessoria de imprensa, que isso será analisado "com a urgência que o caso exige".

A Procuradoria, no entanto, sinalizou ter entendimento diverso ao do ministro. Na interpretação da PGR sobre a legislação que trata do tema, o sigilo só deve ser suspenso com o recebimento da denúncia ou quando não representar nenhum risco à investigação. De acordo com a PGR, será sob essa ótica que a decisão do ministro será analisada pelos procuradores.

Em relação à necessidade de adequação de cláusulas da delação, apontada por Lewandowski, a PGR informou, por meio da assessoria de imprensa, que irá analisar "com critério" as cláusulas que o ministro do STF apontou como sendo necessárias de adequação. A procuradora-geral entendeu como algo natural o fato de o ministro ter apresentado questionamentos.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.