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PF vê o homem da mala 'longa-manus' de Temer

Relatório de indiciamento do presidente, a quem os investigadores atribuem corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, dedica um capítulo para Rodrigo Rocha Loures, flagrado em 2017 correndo com uma mala estufada com R$ 500 mil da JBS

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Por Fabio Serapião , Luiz Vassallo , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

No relatório que indiciou o presidente Michel Temer, a Polícia Federal deu destaque para o papel do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures como 'longa-manus' do emedebista. Ambos foram indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no inquérito dos Portos. De acordo com o documento de 819 páginas, o homem de confiança do presidente teria mediado pleitos de empresários supostamente beneficiados pelo Decreto dos Portos, editado por Temer em maio de 2017.

A PF ressalta que 'não se pode esquecer que foi justamente Rocha Loures que ficou nacionalmente conhecido no caso da mala com 500 mil reais recebida de Ricardo Saud, executivo do Grupo J&F em abril de 2017, após acerto entre o senhor Michel Temer e Joesley Batista'.

 Foto: Estadão

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Loures chegou a ser preso na Operação Patmos, deflagrada em maio daquele ano.

O delegado Cleyber Malta Lopes, que presidiu o inquérito dos Portos, reforçou que o homem da mala dos R$ 500 mil 'havia se tornado o principal intermediário do presidente, após avalanche de acusações, denúncias e prisões que deixaram apenas Rocha Loures como 'pessoa da sua mais estrita confiança', conforme expressão usada pelo próprio presidente no fatídico encontro noturno com Joesley Batista no Palácio do Jaburu' - aqui, o delegado se refere à reunião de Temer com Joesley na noite de 7 de março de 2017, sem registro na agenda oficial do presidente.

Loures foi convidado pelo presidente a ser seu assessor após perder as eleições de 2010 ao governo estadual do Paraná. Ele foi nomeado em 2011. Chegou a exercer o mandato de deputado federal entre 2007 e 2010. Em 2014, pegou a vaga de suplente de Osmar Serraglio (PP), nomeado na época ministro da Justiça.

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Para a PF, 'coube a Rocha Loures a interface com o setor empresarial e demais órgãos da administração, evitando-se a exposição direta do senhor presidente em tais tratativas'.

"É possível perceber que realizava diretamente a interface com o presidente Michel Temer nas tratativas sobre assunto, ao qual estava diretamente subordinado, mas também buscou de várias formas o apoio dos demais envolvidos para os pontos no decreto de interesse para o setor portuário, independente da questão jurídica", sustenta a PF.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE TEMER

O advogado Brian Alves, responsável pela defesa do presidente, disse que não se manifestaria porque não teve acesso ao relatório da Polícia Federal.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ROCHA LOURES

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O advogado Cézar Bittencourt, que defende Rodrigo Rocha Loures, também disse que não teve acesso ao relatório policial e, portanto, 'não há como se manifestar globalmente'.

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"No entanto, nesse inquérito, Rocha Loures não estava sendo investigado pelos crimes organizado e lavagem de dinheiro. Mas, certamente, não há elementos para a PGR oferecer denúncia contra Rocha Loures", afirmou o advogado.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO CORONEL LIMA

Por meio de nota, os advogados Maurício Leite e Cristiano Benzota, responsáveis pela defesa do coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, disseram estar 'perplexos' com o pedido de prisão feito pela Polícia Federal. Segundos os advogados, o coronel está 'afastado de suas atividades profissionais e, permanentemente, em sua residência cuidando da saúde'. "Sempre foram apresentadas todas as informações solicitadas pelas autoridades, por intermédio de sua defesa, o que torna o pedido de prisão desprovido de fundamento legal", afirmam os defensores.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANTÔNIO CELSO GRECCO

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O criminalista Fábio Tofic Simantob, que defende o empresário Antônio Celso Grecco, disse que ainda não conhece os fundamentos da Polícia Federal para o indiciamento. "Ainda não tivemos acesso ao relatório de indiciamento para saber quais são os fundamentos, os fatos nos quais eles se baseiam. Então, assim que tivermos acesso ao relatório vamos nos manifestar."

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