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PF prende três PMs sequestradores de refugiado boliviano

Homem almoçava em restaurante de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, quando foi encaminhado à força para a Bolívia; ele estava sob a tutela do governo brasileiro

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Por Pedro Prata
Atualização:

Operação Refúgio. Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal e a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul deflagraram a Operação Refúgio nesta quarta, 18, para prender dois policiais militares e um reformado que participaram do sequestro, em setembro de 2019, de um boliviano em situação de refúgio no País. Ele almoçava em um restaurante de Corumbá, na fronteira, quando foi capturado a força por três homens divididos em dois carros.

"O indivíduo com o instituto do refúgio não poderia ter sido retirado do território nacional dessa forma. Por isso caracterizou-se os delitos de sequestro e imigração ilegal", explica Cleo Mazzoti, superintendente regional da Polícia Federal no Estado de Mato Grosso do Sul. As investigações apontaram que os PMs se passaram por policiais federais durante a ação.

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Quando chegaram ao Posto Aduaneiro Esdras, na fronteira com a Bolívia, o rapaz conseguiu fugir e tentou pedir ajuda. No entanto, foi recapturado, algemado e levado até o seu país natal. Atualmente ele se encontra preso na Bolívia, uma vez que havia um mandado de prisão aberto contra ele.

Os mandados de busca e apreensão e os três de prisão preventiva contra os PMs foram expedidos pela Vara Federal de Corumbá. Um deles foi preso em flagrante pela PF por porte irregular de arma. Com ele foi encontrada uma grande quantidade de armamento e munições.

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Operação Refúgio. Foto: Polícia Federal

Eles também serão alvo de Inquérito Policial Militar e estarão sujeitos às sanções administrativas, afirmou o Corregedor-Geral da PM de Mato Grosso do Sul, coronel Voltaire Flamarion Garcia Diniz. "Cabe até a análise do Conselho de Disciplina para verificar expulsão dos envolvidos."

Participam da Operação Refúgio 41 Policiais Federais e 10 Policiais Militares do Estado do Mato Grosso do Sul. O nome da operação é uma alusão ao instituto de direito internacional que abrigava o cidadão boliviano no território nacional antes de sua retirada ilegal do Brasil.

Operação Refúgio. Foto: Polícia Federal

Operação Refúgio. Foto: Polícia Federal
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