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PF prende mais um por desvio de dinheiro da repatriação no interior de SP

Ex-servidor da área de recursos humanos da prefeitura de Urânia, no interior de São Paulo, é alvo de nova fase da Operação Repartição

Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

A Polícia Federal em Jales (SP) prendeu nesta terça-feira, 4, mais um servidor público de Urânia, município no interior de São Paulo, no âmbito da Operação Repartição - investigação sobre desvios de recursos públicos da repatriação para municípios. O alvo é ex-funcionário do setor de recursos humanos da prefeitura. Ele foi preso em sua residência.

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Segundo a PF, ele foi conduzido coercitivamente. Interrogado, caiu em contradição e depois disse que desejava permanecer em silêncio. Assim, foi detido. O ex-servidor já havia sido apontado por outros funcionários municipais de Urânia como o verdadeiro chefe do RH da prefeitura.

Na quinta-feira 30 o ex-prefeito Francisco Airton Aracuza, do PP, dois ex-assessores jurídicos e o chefe de RH foram presos temporariamente por 5 dias, mas agora a prisão foi convertida em preventiva. Durante as investigações, o investigado A.G.J, que recebia como chefe de RH e servidor da prefeitura há vários anos, admitiu que não trabalhava e que 'eventualmente era chamado para assinar alguns documentos no setor de RH e seu contracheque', diz a PF em nota.

Nos documentos apreendidos na residência de A.G.J., os federais localizaram recibos de pagamentos de salário como Chefe de Departamento de Agronegócios no ano de 2013, Chefe do Setor de Saúde no ano de 2014 e desde 2015, Chefe do Setor de Recurso Humanos. Somente no último dia de 2016 ele recebeu, segundo a PF, R$ 300 mil em verbas rescisórias trabalhistas.

"Apesar de não trabalhar na prefeitura durante todos esses anos, ocupou várias funções de chefia e foi um dos beneficiados com o recebimento dos salários, décimo-terceiro, além de outras verbas trabalhistas no final de 2016, enquanto o restante dos servidores não receberam sequer os salários do mês", segue o texto divulgado pela PF.

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Suspeita. Na residência do ex-prefeito foi encontrado durante as buscas da PF na semana passada material relativo à campanha eleitoral de 2016 em Urânia. "Uma relação contendo centenas de nomes de supostos eleitores com indicação de pagamentos foi encontrada e poderá ser objeto de investigação eleitoral, a critério da justiça eleitoral, com o objetivo de esclarecer possível compra de votos com recursos da prefeitura no decorrer da última campanha eleitoral no município", diz a PF.

Também estão sendo investigados mais de R$ 100 mil em pagamentos a fornecedores no último dia do ano bem como o pagamento de horas extras a servidores próximos do ex-prefeito no período que antecedeu as eleições passadas.

"Suspeita-se que os valores podem ter sido utilizados para o pagamento de despesas da campanha dos candidatos que eram apoiados pelo ex-prefeito", afirma a PF.

A PF informa que as investigações vão prosseguir 'com o objetivo de encontrar novas provas, identificar outros possíveis crimes cometidos no período em que o ex-prefeito de Urânia/SP permaneceu administrando o município bem como a possibilidade de devolução aos cofres públicos dos valores que eventualmente tenham sido desviados criminosamente da Prefeitura Municipal de Urânia'.

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