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PF prende ex-secretário de Esportes do DF por esquema de venda de respiradores com defeito ao Pará

Equipamentos importados da China custaram R$ 25 milhões aos cofres paraenses

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Rayssa Motta
Por Fausto Macedo e Rayssa Motta
Atualização:

Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à empresa / Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 13, em Brasília, o ex-secretário de Esporte do Distrito Federal, André Felipe de Oliveira. Ele ocupou o cargo durante o governo de José Roberto Arruda e é suspeito de participação em um esquema de venda de respiradores com defeito ao governo do Pará. Um segundo empresário acusado de participação no crime está foragido. 

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Os dois eram representantes da empresa que recebeu R$ 25 milhões do estado para aquisição de 200 respiradores da marca Aeonmed, fabricados na China.

Além dos mandados de prisão temporária, os agentes cumpriram pedidos de busca e apreensão em cinco endereços ligados à empresa SKN do Brasil, que vendeu os respiradores defeituosos ao governo paraense, no Rio de Janeiro e em Brasília. 

HD foi apreendido na operação / Foto: Polícia Federal

Os pedidos de prisão temporária partiram do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do estado do Pará (MP/PA) e foram autorizados pelo juiz federal Rubens Rollo D'Oliveira, da 3º Vara Criminal Federal em Belém (PA).

Segundo informou o MPF, os técnicos do estado do Pará emitiram um relatório que mostra que "além de não servirem para o uso em UTIs, os ventiladores pulmonares colocariam em risco real os pacientes, por não possuírem alarmes que indicassem interrupção do funcionamento nem baterias internas para manter a respiração artificial em caso de queda de energia". Os profissionais responsáveis pela análise dos respiradores teriam informado ainda que os equipamentos poderiam se tornar vetores de infecções, por não permitirem a limpeza e esterilização de fluidos corporais e gases expirados. 

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Para o MPF e o MP/PA, os prováveis crimes ocorridos no Pará têm relação visível com os que ocorreram no Rio de Janeiro, onde também houve a venda de equipamentos defeituosos ao estado, o que pode indicar a existência de um esquema nacional para fraudar a compra dos equipamentos para ajudar no tratamento de pacientes de Covid-19.

 

COM A PALAVRA, A DEFESA 

A reportagem busca contato com as defesas do empresário André Felipe de Oliveira e da SKN do Brasil.  O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com).

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