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PF prende ex-governador de Mato Grosso do Sul

Polícia Federal também capturou o filho de André Puccinelli (MDB) e um advogado

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Por Julia Affonso
Atualização:

André Puccinelli. Foto: FABIO MOTTA/AGENCIA ESTADO/AE

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, 20, o ex-governador do Mato Grosso do Sul André Puccinelli (MDB), seu filho André Puccinelli Júnior e um advogado no âmbito da Operação Lama Asfáltica. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande.

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Documento

DECISÃO

Os presos vão passar por exames no Instituto Médico-Legal (IML) e ficarão na sede da Superintendência da PF em Campo Grande para aguardar vagas 'em presídios correspondentes as suas prerrogativas'.

Em nota, a PF informou que as prisões foram pedidas pelo Ministério Público Federal com base em decisão do Supremo Tribunal Federal, de maio deste ano, ligada à 5ª fase da Lama Asfáltica. A Procuradoria da República requereu 10 prisões. A Justiça determinou três.

O emedebista foi preso em 14 de novembro do ano passado, na 5ª fase da Lama Asfáltica, por suposto desvio de R$ 235 milhões em obras com recursos da União e propinas de R$ 20 milhões. Em menos de 24 horas, o desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), mandou soltar o ex-governador.

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Por que André Puccinelli foi preso de novo

Na decisão que manda prender o ex-governador de Mato Grosso do Sul novamente, a Justiça aponta 'novas provas': relatórios da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e da Receita Federal, movimentações bancárias da empresa Instituto Ícone do Direito relativas ao dinheiro proveniente da JBS e análises de materiais apreendidos no Instituto Ícone' na 5ª fase da Lama Asfáltica.

Além nas 'novas provas, os investigadores citaram duas decisões do Supremo. Ao julgar o habeas corpus de um dos alvos da Lama Asfáltica, a Primeira Turma da Corte cassou liminar do ministro Marco Aurélio que colocava em liberdade oito investigados.

Segundo a Procuradoria da República, após a decisão da Primeira Turma, André Puccinelli e outros alvos que estavam em liberdade deveriam ser presos novamente 'por integrarem a mesma ação criminosa organizada e terem deliberadamente executado ou participado da execução de crimes dotados de extrema gravidade concreta'.

Para o Ministério Público Federal, trata-se 'de uma medida ínsita à isonomia e à própria Justiça, não sendo admissível que, enquanto alguns membros do grupo criminoso sejam submetidos ao encarceramento cautelar, outros em idêntica situação possam fruir da liberdade sem qualquer resposta do Judiciário'.

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Investigação liga André Puccinelli a suposta 'poupança de propinas'

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A investigação da Lama Asfáltica aponta que o ex-governador de Mato Grosso do Sul tinha uma 'poupança de propinas'. Segundo a operação, a 'reserva financeira' era usada estrategicamente pelo grupo de André Puccinelli para soltar investigados e até para garantir silêncio de aliados.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RENÊ SIUFI, QUE DEFENDE ANDRÉ PUCCINELLI

O advogado Renê Siufi afirmou que é 'estranho' que a decisão tenha sido tomada 'às vésperas da convenção do MDB'. Segundo o defensor, a próxima medida é entrar com um habeas corpus e rebater os argumentos que levaram à prisão do ex-governador do Mato Grosso do Sul.

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