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PF prende empresário por dívida de R$ 800 milhões com a União

Wagner Canhedo Filho é apontado pela Operação Patriota como 'líder de organização criminosa'

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Atualização:

 Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, 9, em Brasília, o empresário Wagner Canhedo Filho, apontado como 'líder de organização criminosa' alvo da Operação Patriota. A ordem de prisão preventiva do empresário foi expedida pela 10.ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Segundo a PF, durante a investigação 'foi descoberto um esquema ilícito para ocultar bens e receitas oriundas do grupo econômico sob investigação com o objetivo de não saldar o enorme passivo tributário e trabalhista do qual é devedor'. O empresário é filho do ex-dono da companhia aérea Vasp.

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Wagner Canhedo Filho foi preso em sua própria residência em Brasília, no início da manhã. Segundo a Procuradoria da Fazenda Nacional, o grupo econômico do empresário praticou fraudes nos setores de hotelaria e transportes, provocando prejuízos estimados em cerca de R$ 900 milhões aos cofres públicos.

A PF informou que 'o modelo de ocultação de bens utilizava empresas de fachada para movimentar bens, simular empréstimos e blindar o patrimônio dos integrantes do esquema criminoso investigado'. As empresas do grupo empresarial sob investigação têm o valor de aproximadamente R$ 800 milhões inscrito em Dívida Ativa da União.

Segundo a PF, após a deflagração da operação, e apesar das medidas cautelares aplicadas, constatou-se que o dirigente do grupo empresarial sob investigação continuou a ocultar o seu patrimônio, inclusive com a utilização de outras empresas que só foram descobertas durante a busca e apreensão. A Patriota foi deflagrada em 22 de maio de 2015, quando a Polícia Federal desencadeou uma série de ações que tinham por objetivo investigar os crimes de fraude à execução, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária, associação criminosa e de falsidade ideológica.

Uma semana após a deflagração da Patriota, o empresário voltou a depositar valores nas contas bancárias de uma empresa de fachada. Em agosto, informa a PF, foi efetuado um saque de R$ 1,2 milhão, 'em uma manobra que objetivava livrar o seu patrimônio da execução fiscal e de bloqueios judiciais'.

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Defesa de Wagner Canhedo Filho não foi localizada.

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