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PF prende bolsonarista que postou 'empresário quer pagar por cabeça de Alexandre de Moraes' e suposto PM que ameaçou ministro de morte

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Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Atualizada às 20h45*

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A Polícia Federal prendeu neste domingo, 5, em Santa Catarina, o bolsonarista Márcio Giovani Nigue, conhecido como 'professor Marcinho'. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o bolsonarista disse que há um empresário 'grande' que está oferecendo dinheiro pela 'cabeça' do ministro Alexandre de Moraes, 'vivo ou morto'. A corporação também capturou, nesta segunda-feira, 6, Cassio Rodrigues Costa Souza responsável por ameaças diretas a Alexandre de Moraes. Ambas as ordens de prisão preventiva foram expedidas no âmbito do inquérito sobre os atos antidemocráticos do 7 de Setembro, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

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As declarações de Nigue se deram em live realizada no TikTok, ocasião na qual o bolsonarista afirmou: "A partir de hoje temos um grupamento que nós vamos caçar ministro (do Supremo) em qualquer lugar que eles estejam. Portugal, Espanha, China, onde eles estiverem. Tem brasileiro já vendo já. [...] Não vou falar agora quem é, pode me torturar, mas tem um empresário grande que tá oferecendo, tem até uma grana federal que vai sair o valor pela cabeça do Alexandre de Moraes, vivo ou morto, pra quem trazer ele. Agora no Brasil, os ministros do STF vai (sic) ser assim, vai ter premio pela cabeça deles". A gravação circula nas redes sociais.

Já as ameaças feitas por Cassio se deram em seu perfil no Twitter, onde publicou mensagem dizendo que é policial militar e que ele e outros agentes 'vão matar' o ministro do STF e sua família. Em outro post, respondendo tuíte feito pelo próprio Alexandre de Moraes, o suposto PM afirmou: "Saia na rua terça-feira se você é homem, advogadinho de merda do PCC, vou te dar um tiro de 762 no seu focinho e acabar com sua família. Morte ao Alexandre Imoral".

Ao solicitar a prisão de 'Professor Marcinho', a Procuradoria apontou que o bolsonarista atuou de ' forma a ameaçar, de forma concreta, a ordem pública, bem como a integridade física de magistrados integrantes da mais alta Corte do País'. De acordo com a PGR, o discurso ultrapassou todo e qualquer limite da liberdade de expressão e 'possui nítidos contornos criminosos, colocando em risco não apenas a regularidade da atuação das instituições democráticas, em especial o Poder Judiciário, mas também a vida' dos ministros.

"Em síntese, o que se nota, mais uma vez, é o emprego abusivo dos direitos de reunião e de liberdade de expressão, cujo exercício não se coaduna com ataques à Democracia, ao Estado de Direito e às suas instituições, tampouco com ameaças de violência física ("vivo ou morto"). Tais garantias não podem, jamais, serem utilizadas como escudo para a prática de crimes", registrou a PGR.

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Os mesmos argumentos foram utilizados com relação à Cassio Rodrigues Costa Souza. A PGR ainda classificou o comportamento do suposto PM como 'gravíssimo, consistente na promoção à incitação de atos violentos e na ameaça direta de morte' a Alexandre de Moraes e seus familiares. Segundo a Procuradoria, tal contexto tonou 'inadiável a pronta atuação das instituições democraticamente constituídas, no intuito de restabelecer a normalidade e a ordem social'. De acordo com a PGR, houve no caso 'emprego de violência psíquica de real concreção a risco de vida de pessoa, em pseudoliberdade de expressão'.

Como mostrou o Estadão, as ofensas e ameaças a Alexandres levaram um publicitário à delegacia na sexta-feira, 3, alvo de um boletim de ocorrência por injúria. O procedimento foi registrado por um homem que integra a escolta pessoal do ministro, que disse à Polícia ter presenciado, na portaria do Clube Pinheiros, Alexandre da Nova Forjas chamar o magistrado de 'careca ladrão', 'advogado do PCC', 'vamos fechar o STF' e 'careca filha da puta'.

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