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PF prende 7 por fraudes em fundos de pensão e apreende R$ 1 mi

Por Lilian Venturini
Atualização:

[atualizado às 12h38]

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Operação Fundo Perdido identificou atuação de grupo acusado de fraudar benefícios de servidores municipais em 107 cidades, de nove Estados

por Fausto Macedo

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 11, sete pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes de fundos de pensão de servidores municipais em todo o Brasil. Durante a Operação Fundo Perdido, policiais realizaram 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo e São José do Rio Preto, e apreenderam R$ 1 milhão em cheques.

Foram identificadas fraudes nos fundos de 107 prefeituras de nove Estados: Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Pernambuco, Pará, Rondônia, Goiás, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, a PF investiga fundos de previdência de vários municípios, entre eles Osasco, Paulínia, Barueri e Francisco Morato. Também são citados fundos de previdência de servidores de Fortaleza e do Recife.

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A PF ainda não revelou a identidade dos presos, mas informou que o grupo montou uma empresa de consultoria financeira, chamada Plena Consultoria, que deveria indicar as melhores opções de investimento aos fundos de pensão. De acordo com as investigações, os  investidores cooptavam gestores dos fundos das previdências municipais mediante pagamento de comissão para que aqueles fundos investissem nas aplicações sugeridas pela organização criminosa.

A Plena Consultoria cobraria irrisórios R$ 600 de cada fundo de previdência para ter a incumbência de investir no mercado o dinheiro dos servidores, que, por sua vez, são vítimas do golpe. Até o momento, a polícia não aponta o envolvimento de políticos ou administradores públicos.

O delegado Rodrigo Sanfurgo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin), disse que nenhum investidor com conhecimento razoável do mercado aplicaria nos papéis oferecidos pelo grupo. "Não são aplicações de alto risco, mas absolutamente temerárias."

As investigações começaram em 2012, a partir de auditorias do Ministério da Previdência, que constataram fraudes nas aplicações. Segundo a PF, a ação do grupo, no longo prazo, comprometeria a aposentadoria dos servidores que contribuíram com os fundos alvos de fraude.

Os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta, fraude em licitação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas para esses crimes variam de 1 a 12 anos de prisão.

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Inicialmente a PF informou se tratar da Operação Fundo Falso, mas em seguida corrigiu o nome para Fundo Perdido.

A assessoria de imprensa da Plena Consultoria disse que ainda não dispõe de informações oficiais sobre a investigação da Polícia Federal.

Outro caso. A ação da Polícia Federal lembra investigação recente realizada durante a Operação Miqueias, desencadeada em meados de setembro do ano passado. O foco também era apurar desvios ocorridos em fundos de pensão de 15 municípios. Os prejuízos eram estimados em R$ 50 milhões e, nessas investigações, havia suspeitas de envolvimento de deputados.

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