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PF põe Operação Contágio contra desvios em contratos de R$ 100 milhões na Saúde de cidades paulistas até na pandemia

Agentes cumprem cinco mandados de prisão temporária e 38 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; parte dos contratos sob suspeita foram fechados para o combate à covid-19

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Por Redação
Atualização:

Operação Contágio. Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal em São Paulo deflagrou nesta terça-feira, 20, a Operação Contágio para investigar desvios de recursos da Saúde nos municípios de Hortolândia, Embu das Artes e Itapecerica da Serra. A ofensiva mira supostos crimes de peculato, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Agentes cumprem cinco mandados de prisão temporária e 38 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As ordens foram expedidas pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, por ordem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

A Justiça federal paulista ainda decretou o bloqueio de valores e imóveis dos investigados e a apreensão de veículos, incluindo carros esportivos de luxo.

Segundo a PF, a investigação teve início após a Controladoria Geral da União identificar que uma organização social sem capacidade técnica foi contratada por municípios do interior paulista, com indícios de fraude e direcionamento para prestação de serviços de saúde.

Os investigadores apontam que os contratos somados superam R$ 100 milhões, sendo que alguns deles foram firmados de maneira emergencial para gestão e atendimento de pessoas infectadas com a covid-19.

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A PF descobriu que a organização social sob suspeita está em nome de um veterinário de 28 anos, recém-formado, residente em Presidente Bernardes, município localizado a mais de 400 km dos locais a serem executados os contratos.

A corporação indica que a OS subcontratava a execução dos serviços para diversas empresas associadas, algumas constituídas poucos meses antes, também sem experiência na área de saúde, explica a PF.

De acordo com a Polícia Federal, algumas dessas empresas subcontratadas, após receberem os repasses da OS do veterinário, efetuaram centenas de saques em espécie que somam mais de R$ 18 milhões - 'realizados de maneira fracionada para burlar o controle contra lavagem de dinheiro do sistema financeiro nacional'.

O transporte do dinheiro era feito sob a escolta armada de um guarda civil municipal, que também era sócio de uma das empresas subcontratadas, dizem os investigadores.

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