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Contrabando com aviões movimentava R$ 3 bi por ano

Operação Celeno, da Polícia Federal, prendeu 28 no Paraná, São Paulo, Minas e Espírito Santo

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Por José Maria Tomazela e de Sorocaba
Atualização:

 Foto: PF

Sete aviões foram apreendidos e ao menos seis pilotos presos numa grande operação de combate ao contrabando realizada nesta quinta-feira, 16, pela Polícia Federal. A Operação Celeno cumpriu 28 mandados de prisão e 75 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma quadrilha que agia nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas e Espírito Santo. De acordo com a PF, os criminosos usavam aviões para transportar equipamentos eletrônicos, medicamentos e anabolizantes do Paraguai para o Brasil. A estimativa é de que a quadrilha movimentava R$ 3 bilhões por ano.

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Os criminosos carregavam os aviões em Salto del Guairá, no Paraguai, e desembarcavam as mercadorias em aeroportos do Paraná e do interior de São Paulo, muitos deles clandestinos - alguns em meio a canaviais. O Aeroporto Edu Chaves, em Paranavaí, era o principal entreposto da quadrilha. No local, a PF prendeu uma mulher responsável pelo abastecimento das aeronaves. O dono da bomba foi levado coercitivamente para prestar depoimento.

Um piloto foi preso em Maringá e outras três pessoas detidas em Foz do Iguaçu. No interior de São Paulo, outros cinco pilotos foram presos. Duas pessoas - pai e filho - foram detidas em Guararapes. Um deles seria o piloto de um avião interceptado com contrabando por caças da Força Aérea Brasileira (FAB) no ano passado.

As aeronaves foram apreendidas em Londrina, no Paraná, e Ituverava, Orlândia e Barretos, na região norte do Estado de São Paulo. Em Campinas, interior paulista, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão no condomínio de luxo Wonders, em região nobre da cidade. Foram apreendidos computadores e cerca de R$ 170 mil. Ao todo, segundo a PF, foram expedidos 138 mandados judiciais, sendo 28 de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão. As ações continuavam à noite e um balanço completo da operação deve sair nesta sexta-feira (17).

A investigação foi iniciada em 2013, quando foram detectadas rotas clandestinas de aviões entre Salto del Guairá, cidades do Paraná e do interior paulista. As aeronaves levavam até 600 kg de mercadoria por viagem, no valor estimado de US$ 500 mil, e voavam baixo para escapar dos radares. Os produtos eram distribuídos por via rodoviária. A PF ainda vai investigar os destinatários das mercadorias contrabandeadas. O nome da operação Celeno remete a um monstro da mitologia grega afeito à escuridão.

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