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PF pede original de bilhete de Marcelo Odebrecht

Em manuscrito, presidente da maior empreiteira do País, preso na Lava Jato desde 19 de junho, dizia: 'destruir e-mail sondas'

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Por Redação
Atualização:

Marcelo Odebrecht. Foto: Enrique Castro/Reuters

Atualizada às 19h23

Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt

A delegada Renata da Silva Rodrigues, da Polícia Federal, pediu nesta segunda-feira, 13, o 'original do bilhete' redigido pelo presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, preso desde 19 de junho na etapa Erga Omnes, da Operação Lava Jato. O pedido foi encaminhado à defesa de Odebrecht.

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Em 24 de junho, a PF informou à Justiça ter interceptado um bilhete manuscrito do empresário, que seria entregue a seus advogados. O papel, segundo a PF, continha a expressão 'destruir e-mail sondas'.

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"Intimem-se os defensores de Marcelo Bahia Odebrecht, pelo meio mais célere, solicitando que apresentem à autoridade policial signatária, no prazo de 24 horas, o original do bilhete redigido pelo preso Marcelo e cujo teor foi interceptado no dia 22 de junho de 2015 por agentes penitenciários da Custódia desta Superintendência Regional de Polícia Federal no Paraná, onde o preso está custodiado", determinou a delegada.

Os advogados do empreiteiro afirmam que foram eles que informaram o juiz federal Sérgio Moro sobre a existência do bilhete na noite de terça-feira, 23 de junho. No dia seguinte, a informação sobre o manuscrito também foi comunicada à Justiça Federal pelo delegado Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da Lava Jato.

 Foto: Reprodução

Mauat informou que os advogados de Odebrecht, Dora Cavalcanti e Rodrigo Sanches Rios, estiveram em seu gabinete - naquela manhã de 22 de junho -, 'os quais ponderaram que o verbo 'destruir' se referia a uma estratégia processual e não a supressão de provas, destacando que o documento original teria sido levado a São Paulo por outro advogado e que iriam apresentá-lo'.

Segundo a PF, uma das provas da Lava Jato que pode incriminar Marcelo Odebrecht é uma troca de e-mails entre funcionários da empreiteira. A mensagem eletrônica, de 2011, faz referência à colocação de sobrepreço de US$ 25 mil por dia em contrato de afretamento e operação de sondas.

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A delegada federal Renata da Silva Rodrigues assinalou na petição para os defensores do empreiteiro. "Conforme já relatado nos Termos de Depoimento e devidamente retratado por meio de fotocópia, o bilhete redigido por Marcelo e cujo teor era direcionado a seus defensores veiculava em um de seus tópicos a frase "destruir e-mails sondas Vs RR", o que sugere ordem/plano para destruição de provas no bojo de investigação criminal, fato sob apuração no presente IPL. Após fotocopiado, o bilhete original foi restituído no mesmo dia e até o presente momento não foi apresentado em sede policial, muito embora tenha existido solicitação verbal nesse sentido."

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DE MARCELO ODEBRECHT

Os criminalistas Dora Cavalcanti e Augusto de Arruda Botelho, que coordenam o núcleo de defesa de Marcelo Odebrecht, informaram que o bilhete foi entregue à Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná 'para preservação das prerrogativas profissionais'.

A entrega do bilhete à OAB ocorreu logo depois de os advogados terem comunicado ao juiz federal Sérgio Moro o incidente ocorrido na Custódia da Polícia Federal.

Parecer da OAB aponta 'desrespeito ao sigilo profissional' de advogados da Odebrecht

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