A Polícia Federal pediu à Procuradoria-Geral da República que providencie a entrega do equipamento utilizado pelo executivo Joesley Batista, da JBS, para gravar a conversa com o presidente Michel Temer na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu. A medida foi tomada depois que o Instituto Nacional de Criminalística - órgão central de perícias da PF - apontou que é 'fundamental' ter acesso ao gravador.
A PF já recebeu os áudios da Operação Patmos, deflagrada na quinta-feira, 18. Os áudios foram feitos por Joesley e outros executivos do Grupo que fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria. Além de Temer, pegam diálogos com o deputado Rocha Loures (PMDB/PR) e o senador Aécio Neves (PSDB/MG), ambos sob suspeita de corrupção e afastados dos seus mandatos por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
Temer, alvo de inquérito no STF, alega que a gravação de sua conversa com Joesley foi editada e manipulada. Seu defensor, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, pediu suspensão do inquérito até que a perícia da PF seja realizada.
A PF já recebeu os quesitos apresentados pela Procuradoria-Geral da República e pela defesa de Temer para elaboração do laudo pericial.
"Em análise técnica preliminar, o Instituto Nacional de Criminalística apontou que é fundamental ter acesso ao equipamento que realizou as gravações originais. Por esse motivo, a PF oficiou à Procuradoria, solicitando o aparelho", destacou a Polícia Federal, em nota divulgada neste domingo, 21.
A PF assinalou que 'não há prazo inicial estipulado para conclusão dos trabalhos periciais, especialmente diante da necessidade apontada de perícia também no equipamento'.