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PF não vê corrupção por Raupp em um inquérito da Lava Jato

Delegada da PF Graziela Machado da Costa aponta que não foram colhidos elementos suficientes para corroborar com delação de Fernando Soares, que acusava o peemedebista de interferir pela contratação de uma empreiteira pela Petrobrás em troca de doação eleitoral

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Por Beatriz Bulla e Rafael Moraes Moura
Atualização:

O ex-senador Valdir Raupp (MDB-RO). Foto: Dida Sampaio / Estadão

A Polícia Federal concluiu que não há provas da prática de corrupção passiva pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a delegada Graziela Machado da Costa aponta que não foram colhidos elementos suficientes em um dos inquéritos abertos a pedido da Procuradoria Geral da República com base nas investigações da Lava Jato. A investigação teve como base a delação do operador Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

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"Sendo assim, muito embora pudesse ser moral e eticamente questionável o lobby praticado por um senador da república para a contratação de uma empresa por uma estatal, e até mesmo classificável como crime de advocacia administrativa, já prescrito pela pena em perspectiva, não foram colhidos elementos suficientes no sentido de que a atuação do senador foi precedida ou sucedida da solicitação de vantagens indevidas, configurando o crime de corrupção passiva", escreveu a delegada.

Raupp é investigado, neste inquérito, de atuar em favor de uma empreiteira. O relatório da PF foi encaminhado ao relator da Lava Jato no STF, ministro Luiz Edson Fachin, que deve encaminhar o material à PGR.

Em delação premiada, Fernando Baiano falou sobre a interferência de Raupp em 2009 para a contratação da construtora Brasília Guaíba pela Petrobras por meio de acesso ao ex-diretor Paulo Roberto Costa. Em troca, segundo o delator, ele teria contado doações para a campanha eleitoral.

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A delegada aponta no relatório que a empresa acabou não sendo contratada pela Petrobras e que não foi identificada nenhuma doação oficial em favor do senador neste caso.

A delegada apontou que uma possível solicitação de vantagem indevida não foi presenciada por Fernando Baiano e que o "conjunto probatório é insuficiente".

Raupp é alvo de outras investigações no âmbito da Lava Jato, inclusive um inquérito aberto com base nas delações da Odebrecht.

Procurada pela reportagem, a assessoria do senador Valdir Raupp afirmou "que sempre confia na Justiça e que recebe com respeito o relatório da PF".

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