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PF mira novos suspeitos pelo assassinato de Bruno e Dom

Restos mortais foram levados de avião para perícia em Brasília, que deve ser concluída em até dez dias; novas prisões são consideradas pelos investigadores, que continuam buscas por embarcação usada pelo indigenista e pelo jornalista

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Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

 Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Com a confissão do principal suspeito pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do repórter britânico Dom Phillips na região do Vale do Javari, no Amazonas, e a localização do que podem ser os restos mortais deles, a investigação do caso teve uma guinada em menos de 24 horas.

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Os corpos foram transportados nesta quinta-feira, 16, de Manaus para Brasília, onde serão feitos os exames necessários para verificar a identidade e a causa da morte. Enquanto aguarda o resultado da perícia, que deve ser concluída dentro de dez dias, a Polícia Federal (PF) ampliou o rol de suspeitos de participação no assassinato.

Até o momento, estão presos Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. A corporação não descarta novas prisões.

A confissão implicou ao menos uma terceira pessoa. O Estadão apurou, no entanto, que há outros nomes sob suspeita.

A PF voltou ao local de buscas nesta quinta para tentar resgatar o barco usado pelo jornalista e o indigenista, que segundo Pelado foi afundado próximo ao ponto onde os corpos foram enterrados, em uma área de mata às margens do rio Itaguaí. A embarcação, no entanto, não foi encontrada.

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Os policiais federais querem localizar a embarcação para analisar se há pistas sobre uma eventual perseguição a Dom e Bruno, como apontou uma testemunha ouvida na investigação. O relato foi o de que Pelado passou de barco em alta velocidade atrás dos dois.

O Vale do Javari conserva a segunda maior reserva indígena do País e concentra a maior parte dos indígenas isolados no mundo. A região na fronteira com o Peru e com a Colômbia é constantemente invadida por traficantes de drogas e armas, caçadores ilegais, madeireiros e garimpeiros. O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, mantém as linhas de investigação sob sigilo. Ainda não está claro para os investigadores se o assassinato tem relação com a ação desses criminosos, em uma possível represália pela atuação de Bruno em nome dos direitos dos povos indígenas, ou se foi fruto de uma hostilidade de Pelado.

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