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PF mira desvio de verba da educação na Operação Melinoe

58 policiais federais e seis auditores da Controladoria-Geral da União cumprem 23 mandados de condução coercitiva, 18 de busca e apreensão e 5 mandados de medidas cautelares nos municípios baianos de Jequié, Jaguaquara e Salvador

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

 

 Foto: PF

 

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União abriram nesta terça-feira, 5, a Operação Melinoe. O alvo da investigação é o desvio de recursos públicos destinados à área da educação.

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Em nota, a PF informou que 58 policiais federais e seis auditores da Controladoria-Geral da União cumprem 23 mandados de condução coercitiva, 18 de busca e apreensão e 5 mandados de medidas cautelares nos municípios baianos de Jequié, Jaguaquara e Salvador.

A operação, segundo a PF, decorre de uma investigação iniciada em 2016, 'na qual foi constatado que uma empresa contratada pela Prefeitura de Jequié/BA desviava recursos por meio do suposto fornecimento de "terceirizados fantasmas", contratados por indicação de uma ex-vereadora, e que deveriam atuar na Secretaria de Educação do Município'.

Dentre estes funcionários, havia dois sobrinhos dessa vereadora que sequer residiam na cidade. Constatou-se também que a referida empresa pagou salário a pelo menos 35 funcionários que nunca atuaram nas escolas para as quais foram, em tese, designados.

De acordo com levantamento realizado, entre 2013 a 2017 a empresa recebeu do município de Jequié o montante de R$ 63 milhões, sendo que deste total foi possível identificar até agora R$ 7 milhões correspondente à recursos federais, especificamente de Precatórios do Fundef recebido pelo Município. Estima-se um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 1,5 milhão.

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Entre as medidas cautelares impostas, a Justiça Federal de Jequié/BA determinou o afastamento das funções públicas dos investigados, bem como a proibição da empresa, ou seus sócios, de contratarem ou renovarem qualquer contrato com o Poder Público. Além disso, os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, fraude à licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.

Com relação ao nome da operação, Melinoe, na mitologia grega, é a deusa dos fantasmas.

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