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PF prende filho de Puccinelli na Operação Papiros de Lama

André Puccinelli Junior, que é advogado, é alvo da quinta fase da Operação Lama Asfáltica, em Mato Grosso do Sul, que investiga fraudes e desvios em obras com recursos públicos da União e mira até o ex-governador André Puccinelli (PMDB), contra quem a Justiça decretou mandado de prisão

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

André Puccinelli. Foto: Ed Ferreira/Estadão

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 14, o advogado André Puccinelli Junior no inquérito da Operação Papiros de Lama, a quinta fase da Lama Asfáltica, investigação sobre fraudes em licitações, desvios e propinas envolvendo obras com recursos públicos da União. O advogado é filho do ex-governador André Puccinelli (PMDB), contra quem a Justiça também expediu mandado de prisão.

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Papiros de Lama foi deflagrada em parceria com a Receita e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU). Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva; dois de prisão temporária; seis de condução coercitiva; 24 de busca e apreensão.

A Justiça decretou o sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

As medidas estão sendo cumpridas em três cidades de Mato Grosso do Sul - Campo Grande, Nioaque e Aquidauana - e também em São Paulo. Papiros de Lama mobiliza 300 policiais e auditores da CGU e da Receita.

Segundo a CGU, a investigação identificou direcionamento de licitações, superfaturamento e pagamento de propinas.

A CGU informou que a investigação 'tem como objetivo desarticular organização criminosa que desviava recursos públicos por meio de fraudes em licitações, superfaturamento de obras, entre outras irregularidades'.

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Os recursos desviados passavam por processos elaborados de ocultação da origem, destaca a CGU.

"Há provas já existentes acerca de desvios e superfaturamentos em obras, direcionamento de licitações, uso de documentos falsos, aquisição ilícita e irregular de produtos e obras, concessão de créditos tributários direcionados e pagamento de propinas a agentes públicos."

A nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em etapas anteriores, relacionado com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas.

"Há, ainda, a corroboração com depoimentos de colaboradores que participaram do esquema delituoso", informou a Controladoria, em nota.

Papiros de Lama revela que os valores repassados por propina eram mascarados com diversos tipos de operações simuladas, 'de forma a dar falsa impressão de licitude ao aumento patrimonial dos integrantes da organização ou de dar maior sustentação financeira aos projetos'.

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Uma das novas formas descobertas da lavagem de capitais era a aquisição, sem justificativa plausível, de obras jurídicas, por parte de empresa concessionária de serviço público e direcionamento dos lucros, por meio de laranja, a integrante do grupo criminoso.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RENÊ SIUFI, DEFENSOR DE ANDRÉ PUCCINELLI

O advogado Renê Siufi, que defende o ex-governador André Puccinelli, reagiu com veemência à versão do delator Ivanildo Miranda, que alegou ter repassado propinas em dinheiro vivo para o peemedebista. "É inconsistente (a delação), ele fala que arrecadou até março de 2015. Nessa época, o André Puccinelli nem era mais governador. Só se ele (Ivanildo, o delator) estava arrecadando para alguém e para ele próprio", declarou Siufi.

O defensor disse que iria aguardar a audiência de custódia, que deverá ser realizada ainda nesta terça-feira, 14, na Justiça Federal em Campo Grande. "Vamos ver qual o resultado. Se for mantida a ordem de prisão preventiva do governador, aí entramos com pedido de habeas corpus."

Renê Siufi disse que Puccinelli já foi ouvido três vezes na Polícia Federal sobre os fatos atribuídos a ele na Operação Lama Asfáltica. "Ele (Puccinelli) já falou sobre 90%, os outros 10% são referentes à delação (de Ivanildo Miranda) que é totalmente inconsistente."

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