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PF indicia Dirceu, Vaccari e mais 12 investigados na Lava Jato

A PF imputa a Dirceu os crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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Por Redação
Atualização:
O ex- ministro José Dirceu está preso em Curitiba, sede da Lava Jato. Foto: Futura Press

Atualizada às 18h15

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Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo

A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira, 1, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 12 investigados na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava Jato. A PF imputa a Dirceu os crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para Vaccari, formação de quadrilha,  falsidade ideológica, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo o relatório da PF, Dirceu constituiu a empresa JD Consultoria e Assessoria, 'pessoa jurídica que canalizou parte dos valores ilícitos, assim como parte fora repassada em espécie por "operadores" que atuam à do sistema financeiro nacional'. "Figuraram no quadro societário da JD, Luis Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu e Julio Cesar dos Santos, "laranja" do mesmo, utilizado para ocultação de patrimônio", aponta a Polícia Federal.

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A PF sustenta que laudo econômico-financeiro apontou que a JD movimentou valores que superam R$ 34 milhões entre 2009 e 2014. "Frise-se que esse período abrange o período em que seu sócio José Dirceu respondia à ação penal 470 (Mensalão), período este em que foi julgado e condenado, tendo sido inclusive preso e iniciado o cumprimento de pena", observa o delegado Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Lava Jato e que subscreve o documento de 152 páginas.

Relatórios de investigação da Polícia Federal indicam que o esquema de corrupção atribuído ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Lula) movimentou mais de R$ 59 milhões propinas. A PF estima que o valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.

INDICIADOS: 1. JOSE DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA; 2. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA; 3. ROBERTO MARQUES; 4. JULIO CESAR DOS SANTOS; 5. MILTON PASCOWITCH; 6. JOSÉ ADOLFO PASCOWITCH; 7. FERNANDO ANTONIO GUIMARAES HORNEAUX DE MOURA; 8. OLAVO HORNEAUX DE MOURA FILHO; 9. CAMILA RAMOS DE OLIVEIRA E SILVA; 10. RENATO DE SOUZA DUQUE; 11. JOÃO VACCARI NETO; 12. GERSON DE MELO ALMADA; 13. CRISTIANO KOK 14. JOSE ANTUNES SOBRINHO

 

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE IMPRENSA DE JOSÉ DIRCEU

"A defesa do ex-ministro José Dirceu informa que está analisando a denúncia apresentada pela Polícia Federal nesta terça-feira (1) e se manifestará oportunamente."COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, QUE DEFENDE JOÃO VACCARI NETO

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O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende João Vaccari Neto, disse que ainda não teve acesso ao relatório da Polícia Federal, mas rechaçou o indiciamento do ex-tesoureiro do PT. "Eu não tive acesso aos elementos que fundamentam essa decisão de indiciamento. Mas, tendo as imputações que se identificam não há nada de diferente do que já temos conhecimento."

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D'Urso sustenta que as acusações a Vaccari são baseadas apenas no relato de delatores que fizeram acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato, em troca de redução de pena ou mesmo do perdão judicial. "São imputações, na sua totalidade, baseadas em delações premiadas marcadas pela ausência de provas para corroborar as informações nelas contidas. Todas as investigações são baseadas nessas delações, inclusive o próprio processo (que Vaccari já responde por corrupção e lavagem de dinheiro), cuja instrução já se encerrou e se aguarda a sentença."

"O sr. Vaccari nunca arrecadou propinas em momento algum. Jamais ele se prestou a arrecadar qualquer recurso de origem ilícita. Sua atuação, enquanto tesoureiro, era de solicitar doações ao Partido dos Trabalhadores, doações legais, todas depositadas em conta bancária, com respectivos recibos. As contas foram prestadas às autoridades competentes."

 

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